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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

"A Feiticeira" (5ª a 8ª temporadas)

     Eu terminei de assistir as três últimas temporadas da série clássica de TV “A Feiticeira” (“Bewitched”) em uma página gratuita na internet. Em maio do ano passado eu escrevi sobre as cinco primeiras temporadas. Ao todo, a série tem 254 episódios, cada um com 25 minutos de duração em média, em oito temporadas. “A Feiticeira” foi exibida originariamente pela ABC, rede de TV dos Estados Unidos, entre 17 de setembro de 1964 e 25 de março de 1972. Quando criança, eu assisti aos episódios em reprises. 
     A série mostra o relacionamento de Samantha (Elizabeth Montgomery, 1933-1995), uma jovem feiticeira, e o seu marido, o publicitário James Stephens (Dick Sargent, 1930-1994). Ele não permitia que sua esposa usasse os seus poderes, querendo que ela fosse uma dona de casa como todas as outras mulheres mortais. 
     Mas os pais de Samantha, bruxos, não aceitavam ver a filha abrindo mão de suas capacidades por um simples mortal. O resultado são muitas confusões, e diversão. Veja a montagem que eu giz com dezenas de imagens da Montgomery, abaixo. Os pais de Samantha são Maurice (Maurice Evans, 1901-1989) e a maravilhosa Endora (Agnes Moorehead, 1900-1974). Os dois sempre erravam, intencionalmente, o nome de James, além de transformá-lo em animais, como sapo, ganso ou mula. 
     Eu vou comentar, hoje, as novidades dessas últimas três temporadas. A primeira delas, e a mais perceptível, claro, é a substituição do ator que interpreta James Stephens. Dick York (1928-1992) fez as primeiras cinco temporadas, mas precisou ser substituído por sentir fortes dores na coluna, desde que sofreu um acidente de automóvel, que o obrigava a faltar às gravações. 
     A partir da sexta temporada, entrou Dick Sargent. “James” foi o nome escolhido no Brasil para o personagem, mas o original era “Darrin”. O ator era outro, mas James continuou sendo o mesmo estressado, mal-humorado e resmungão, mesmo sendo casado com uma bruxa do bem. Ao invés de permitir que Samantha usasse os seus poderes para facilitar a vida de sua família e ajudar as pessoas, sem se aproveitar para obter vantagens indevidas, claro, ele vivia brigando com ela. 
     O casal Stephens teve o segundo filho, na sexta temporada. Para fazer companhia a Tabatha, nasceu Adam, mas este não tinha poderes, puxando o lado mortal do pai. Nos créditos, aparece o nome do ator mirim David Lawrence; na internet eu li que Adam foi interpretado por dois meninos gêmeos, o segundo de nome Greg. O mesmo tinha acontecido no início da série com Tabatha, interpretada pelas irmãs gêmeas Erin e Diane Murphy; mais tarde apenas por Erin. 
     Entraram também na série Esmeralda e tia Agatha, ambas eram feiticeiras e eram chamadas para cuidar das crianças, como babás. Esmeralda (Alice Ghostley, 1923-2007) era uma bruxa com poderes enfraquecidos, e não acertava nenhum feitiço, provocando grandes problemas. Consequentemente, James reclamava, deixando Esmeralda nervosa, o que a fazia ficar invisível. Tia Agatha (Reta Shaw, 1912-1982) era chamada quando Esmeralda não estava disponível, e apareceu apenas em quatro episódios. A atriz apareceu outras vezes na série, interpretando diferentes personagens. 
     A participação de atores interpretando vários papéis é uma constante em “A Feiticeira”. Alguns apareceram como diferentes clientes da agência onde James Stephens trabalhava, e também como garçons ou vizinhos, por exemplo. Um deles foi o ator Dick Wilson (1916-2007), que fez várias aparições como um bêbado que presenciava os feitiços de Samantha, e em um episódio como um vizinho dos Stephens. 
     A bruxa idosa tia Clara, interpretada por Marion Lorne (1883-1968), falecida em 1968, fez falta, era uma das minhas preferidas. Ela vivia se atrapalhando e toda vez que fazia um feitiço metia a sobrinha e James em confusão. Mas era muito divertida. Gosto muito também do casal vizinho da frente da casa dos Stephens. 
     Eram a bisbilhoteira Gladys (Sandra Gould, 1916-1999) e o marido Abner Kravitz (George Tobias, 1901-1980). Ela flagrava as situações mais inacreditáveis na casa de Samantha, e o marido achava que ela estava maluca. Sandra Gould já tinha substituído a antiga Gladys, a atriz Alice Pearce, falecida em 1966. 
     O chefe de James na ‘McMann & Tate’, agência de publicidade, o Larry Tate (David White, 1916-1990) continua sensacional como o patrão ganancioso, sempre se aproveitando do funcionário, e nunca o fazendo de sócio. A esposa de Larry, Louise, também passou a ser interpretada por outra atriz nessas três últimas temporadas. Kasey Rogers (1925-2006) substituiu Irene Vernon (1922-1998), as duas muito parecidas, mas a primeira sendo loura. 
     A mudança, segundo informações da internet, foi devido à saída da série do produtor e redator Danny Arnold. Outros produtores e a própria Elizabeth Montgomery teriam pressionado pela troca, por Irene ser muito próxima a Danny Arnold. Outra alteração no elenco foi do pai de James Stephens. Robert F. Simon (1908-1992) substituiu Roy Roberts (1906-1975). A mãe, a Senhora Stephens, continuou sendo interpretada por Mabel Albertson (1901-1982). 
     Eu registro algumas participações especiais de atores de outras séries que eu assistia quando criança. Cesar Romero, o Coringa, e Julie Newmar, a Mulher-Gato, de “Batman e Robin”; Jonathan Harris, o Doutor Smith de “Perdidos no Espaço”; e Don Marshall, o Dan Erickson de “Terra de Gigantes”. 
     E também Edward Platt, o ‘Chefe’, e Bernie Kopell, o Siegfried de “Agente 86”. Kopell fez diferentes participações, interpretando um barão alemão; um feiticeiro amigo de Endora; e um boticário, que preparava as poções do Doutor Bombay (Bernard Fox, 1927-2016). Esse médico, aliás, era chamado a qualquer dificuldade da família de Samantha, constantemente o interrompendo em suas atividades de lazer. E sempre sendo chamado de charlatão por James. 
     O elenco principal ainda tem dois outros bruxos, da família de Samantha. O Tio Arthur (Paul Lynde, 1926-1982), sempre inconveniente e fazendo piadas sem graça; e a extravagante prima Serena, interpretada pela própria Elizabeth Montgomery (mas nos créditos, aparecia o nome fictício de Pandora Spocks). Esses dois personagens eu não gosto muito, acho chatos. 
     A abertura da série permaneceu praticamente a mesma, produzida pela Hanna-Barbera, apenas alterando a imagem do novo James, com a entrada do ator Dick Sargent. Assista ao vídeo, mais acima. Os 84 episódios das três temporadas finais foram dirigidos por seis profissionais diferentes, sendo William Asher (1921-2012) e Richard Michaels (1936) os mais atuantes. Os dois dirigiram 79 dos 84 episódios; Asher (também produtor) tendo dirigido 41 e Michaels 38. 
     William Asher foi o terceiro dos quatro maridos da atriz Elizabeth Montgomery, com quem teve três filhos. De acordo com a Wikipédia, Richard Michaels e Montgomery, ambos casados, passaram a manter um relacionamento durante a oitava temporada, o que levou ao fim de seus casamentos, e, provavelmente, também ao término da série. Eles ficaram juntos durante dois anos e meio. 
     Algumas curiosidades para registrar: em dois episódios, o endereço da casa dos Stephens tem nomes diferentes, mas sempre no número 1164. Na sétima temporada, é Rua Manhã Gloriosa, e na oitava, Rua da Manhã Dourada. Na sexta temporada, o sócio majoritário da agência onde James trabalha, enfim, apareceu, em um único episódio; é Harold McMann (Leon Ames, 1902-1993). 
     E nas primeiras temporadas da série, aparecia um candelabro de sete braços, um Menorá, um dos principais símbolos do Judaísmo, dentro da casa dos Stephens, em cima de um armário, ao lado da porta. Nas temporadas seguintes, ele foi substituído por um espelho ou um quadro, objetos que se revezavam. Foi muito bom rever a série completa de “A Feiticeira”, matei as saudades. fr

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