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domingo, 22 de agosto de 2021

Deputado propõe a extinção da UERJ e transferência de seus bens para a iniciativa privada

       O Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro publicou na quinta-feira, dia 19, o projeto de lei nº 4.673/2021, que defende a extinção da tradicional UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e a cessão dos seus bens para a iniciativa privada. A proposta é do empresário e deputado estadual Anderson Moraes (PSL). Eu conheço a UERJ por dentro porque tenho o orgulho de ser um ex-aluno, formado que sou em História naquela universidade.
       De acordo com a justificativa do projeto, o objetivo é reduzir as despesas do estado do Rio de Janeiro, e o alto custo da universidade frente a outras universidades mundiais que já conquistaram prêmios Nobel. Segundo o deputado, como a UERJ nunca recebeu um prêmio Nobel, estaria dando prejuízo. O que o deputado parece não saber é que não é a UERJ que nunca recebeu um prêmio Nobel, NENHUMA universidade ou instituição de ensino no Brasil recebeu um prêmio Nobel até hoje. Então, devemos extinguir todas as universidades públicas brasileiras e passá-las para a iniciativa privada por causa disso?
       Seguindo uma linha de raciocínio meramente monetária, o deputado alega que a UERJ tem um orçamento muito dispendioso. Se é para cortar despesas no estado do Rio de Janeiro, então, seria mais lógico e produtivo cortar as despesas que os deputados estaduais causam, com pouquíssimos resultados para a população. A começar por reduzir o número de deputados e, consequentemente, o número de assessores, e as suas correspondentes despesas com altos salários e muitas mordomias.
     O deputado Anderson Moraes ainda critica um suposto “aparelhamento ideológico” existente na UERJ. É necessário lembrar que o deputado teve contas no Facebook, relacionadas ao seu gabinete na Alerj (Assembleia Legislativa do estado do Rio de Janeiro) bloqueadas, sob a acusação de disseminação de fake news e perfis falsos. E, de acordo com denúncias, o deputado empregou em seu gabinete a ex-esposa, que recebia um salário mensal de sete mil reais, em valores de 2018. Portanto, quem dá mais despesas ao povo fluminense? E quem produz mais resultados? fr

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