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quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Farmacêuticas multinacionais estão lucrando bilhões com o combate ao coronavírus, sem atender aos países mais pobres

       Lendo a página em português da Deutsche Welle, vejo que a pandemia de coronavírus tem enriquecido ainda mais as farmacêuticas multinacionais. Os lucros da Pfizer e Moderna, dos Estados Unidos, e da alemã BioNTech, de acordo com a reportagem de 17/11, chegam a 65 mil dólares por minuto. O levantamento foi feito pela People’s Vaccine Alliance (PVA), coalização de mais de 80 organizações não governamentais no mundo, como a Anistia Internacional e a Human Rights Watch, baseando-se nos próprios balanços financeiros publicados pelas farmacêuticas.
       O lucro total chega a 34 bilhões de dólares somente este ano, somando-se as três empresas. A People’s Vaccine Alliance defende que as vacinas devem ser distribuídas livremente a todos os países com o objetivo de salvar vidas, e critica a busca de lucro como objetivo principal. Segundo a PVA, os países mais pobres não estão sendo atendidos, e a preocupação tem sido apenas com os países que podem pagar os altos preços pelas vacinas.
       Até o momento, a Pfizer e a BioNTech teriam destinado menos 1% de vacinas aos países mais pobres, e a Moderna somente 0,2%, e 98% da população desses países ainda não concluíram as duas doses para a imunização completa.
       - É obsceno que poucas empresas ganhem milhões de dólares em lucros a cada hora, enquanto somente 2% da população nos países de renda baixa está totalmente vacinada contra o coronavírus. Pfizer, BioNTech e Moderna usaram seus monopólios para priorizar os contratos mais lucrativos com os governos mais ricos, abandonando os de baixa renda – critica Maaza Seyoum, da African Alliance, membro da PVA.
       A Johnson & Johnson, dos Estados Unidos, e o conglomerado anglo-sueco AstraZeneca, outras duas multinacionais que produzem vacinas contra o coronavírus, tiveram comportamento diferente. Elas teriam vendido as suas vacinas por preços menores, sem almejar grandes lucros.
       A PVA denuncia, ainda, que Pfizer, Moderna e BioNTech não aceitam transferir a tecnologia de produção de suas vacinas, através da OMS (Organização Mundial da Saúde), para os países de renda média e baixa, apesar de receberem financiamento público de mais de oito bilhões de dólares. Com a transferência, a produção de vacinais poderia aumentar e, consequentemente, o número de vacinados, e poderiam ser salvas milhões de vidas naqueles países, defende a PVA.
        A PVA defende que, diante da pandemia que vem matando milhões de pessoas em todo o mundo, as multinacionais suspendam as propriedades intelectuais das vacinas. Esta proposta é apoiada por mais de 100 países, incluindo os Estados Unidos, mas é contestada por algumas nações mais ricas, como o Reino Unido e a Alemanha. Lamentável que algumas empresas visem mais os lucros do que salvar vidas.  fr 

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