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domingo, 30 de janeiro de 2022

A casa e os cadernos de pesquisa de Marie Curie estão radioativos por 1,5 mil anos



     A cientista polonesa, naturalizada francesa, Marie Curie (1867-1934) desenvolveu pesquisas pioneiras sobre radioatividade e tornou-se a primeira mulher a receber o Prêmio Nobel. Ela e o estadunidense Linus Pauling são, também, os únicos a serem premiados com dois Nobel em categorias diferentes. Marie Curie recebeu em 1903 o de Física, junto com o marido, Pierre Curie, e o francês Henri Becquerel, e em 1911 o de Química; Linus Pauling recebeu os de Química e Paz. Pierre Curie morreu em 1906, em um acidente na rua, atropelado por um veículo puxado por cavalos.
      Entre as contribuições de Marie Curie e de seu marido, pode-se citar a descoberta de dois elementos químicos, o polônio (Po), em homenagem ao país natal da cientista, e o rádio (Ra); o desenvolvimento da teoria da “radioatividade”, uma expressão que ela própria criou; e técnicas que possibilitassem o isolamento de isótopos radioativos. Marie Curie morreu em 1934, aos 66 anos, vítima de anemia aplástica, em decorrência de anos de exposição à radiação, cujos efeitos eram desconhecidos à época. A rara doença impede que o organismo produza quantidade necessária de células sanguíneas novas.
       Marie Curie manuseava tubos de ensaio com isótopos radioativos e durante a Primeira Guerra Mundial serviu como radiologista em hospitais, fazendo uso de equipamentos de raio-x sem nenhuma proteção. Para se ter uma ideia, os livros e os cadernos com as anotações do casal Curie estão lacrados em caixas especiais revestidas por chumbo nos porões da Biblioteca Nacional da França, devido à sua radioatividade. E somente podem ser consultados por pesquisadores com roupas de proteção e depois de assinarem um termo de responsabilidade. Marie Curie também está enterrada em um sarcófago de chumbo.
       De acordo com especialistas, o corpo da cientista e o seu material pessoal precisarão ser mantidos desta maneira por pelo menos 1,5 mil anos, tempo estimado para a desintegração do material radioativo. A residência do casal era usada como laboratório de experiências, com vários elementos radioativos sem proteção e em total desconhecimento dos riscos. Ela está fechada há anos, sendo mantida em acompanhamento pelo governo e a entrada nela é proibida. O primeiro país a proibir a utilização livre de metais radioativos foram os Estados Unidos, apenas em 1938. fr

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