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sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Catedral São Pedro de Alcântara, Petrópolis

            Petrópolis fica na região serrana do estado do Rio de Janeiro, e tem esse nome em homenagem a D. Pedro II (1825-1891), com a união da palavra em latim ‘Petrus’ (Pedro) e ‘Pólis’, em grego (cidade). Fundada por iniciativa do imperador brasileiro, que determinou a povoação da região com a vinda de imigrantes alemães, substituindo a mão de obra escrava. Petrópolis é considerada a segunda cidade projetada do Brasil e durante o verão recebeu por anos D. Pedro II e sua família, atraídos pelo clima mais ameno em relação à capital, o Rio de Janeiro.
        Eu estive na cidade este mês, e vou publicar no meu blog informações importantes sobre alguns pontos turísticos e históricos que visitei. A Catedral São Pedro de Alcântara, Diocese de Petrópolis, é dedicada em homenagem ao santo padroeiro da cidade. É onde estão os restos mortais de D. Pedro II; de sua esposa, a imperatriz Teresa Cristina; da filha princesa Isabel, do marido, conde D’Eu e do filho mais velho do casal, o príncipe Pedro de Alcântara, e sua esposa, Elisabeth de Dobrzenicz.
        No início do século 19, Petrópolis já tinha uma Igreja Matriz, mas era um prédio pequeno e bem modesto. No plano de urbanização da cidade, de 1843, idealizado pelo engenheiro major Júlio Frederico Koeler, foi incluída a construção de uma nova Matriz, maior e mais moderna. O projeto, porém, demorou anos para sair do papel, e a nova igreja somente começou a ser construída em 1884, com a presença de D. Pedro II e da princesa Isabel no lançamento da pedra fundamental. O projeto ficou sob a responsabilidade do engenheiro e arquiteto baiano Francisco de Azevedo Caminhoá, que optou por uma construção no estilo neogótico.


        As obras seguiram devagar, devido à dificuldade de recursos. Em 15 de novembro de 1889, a República foi proclamada no Brasil e D. Pedro II e sua família foram obrigados a deixar o país. Dois anos depois, os trabalhos da construção da nova igreja foram interrompidos, apenas sendo retomados em 1918, sob o comando do engenheiro Heitor da Silva Costa, um dos responsáveis pela construção do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. Apenas em 29 de novembro de 1925 a nova Matriz de Petrópolis foi inaugurada, quatro décadas após o início de sua construção.
        Mesmo assim, ainda faltava muita coisa: a fachada principal, a torre e grande parte da decoração interna. A fachada foi concluída na década de 1930, e a torre somente na década de 1960. A Catedral de Petrópolis mede 70 metros de comprimento e 22 metros de largura, e as naves têm 19 metros de altura. O carrilhão tem cinco sinos de bronze fundido na Alemanha, pesando nove toneladas, e o órgão, o maior da América Latina, com os seus 2.227 tubos, foi fabricado no Rio de Janeiro em 1937, projetado por Guilherme Berner.
        O presidente Epitácio Pessoa revogou, em 1920, a proibição de D. Pedro II e sua família voltarem ao Brasil. No ano seguinte, os restos mortais do ex-imperador e de sua esposa, D. Teresa Cristina, foram transferidos do Mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa, para a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, a antiga Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro, que fica no Centro da cidade. Em 1925, passaram a ficar na sacristia da Catedral de Petrópolis. E em 5 de dezembro de 1939, o presidente Getúlio Vargas inaugurou o Mausoléu Imperial na Catedral, onde passaram a repousar os restos mortais dos ex-imperadores.
        Em 1971, também foram transferidos da França para o Mausoléu os restos mortais da princesa Isabel e de seu marido, o conde D’Eu. E em 1990, o Mausoléu também recebeu os restos mortais do neto dos ex-imperadores, o filho mais velho da princesa Isabel, D. Pedro de Alcântara, e sua esposa, Elisabeth Dobrzensky. Como se pode ver pelas minhas fotos, no centro está o túmulo de D. Pedro II e D. Teresa Cristina, com as suas imagens feitas em mármore de Carrara pelos artistas francês Jean Magrou e pelo brasileiro Hildegardo Leão Veloso.


        À esquerda, está o túmulo da princesa Isabel, e à direita o de conde D’Eu, separados por terem chegado depois da construção do Mausoléu. E à direita do conde francês estão o neto D. Pedro de Alcântara e sua esposa. Os vitrais coloridos têm poemas escritos pelo próprio D. Pedro II. Eu lamento que o Mausoléu Imperial está cercado por grades, impedindo a aproximação das pessoas, é uma pena! A intenção provavelmente é impedir eventuais depredações, mas, mesmo assim, é até uma vergonha ver como nós, brasileiros, somos vistos em nosso próprio país. Será que não haveria outra maneira de proteger os túmulos sem fechar o Mausoléu todo com grades?
        A Catedral de Petrópolis esteve fechada por mais de um ano para obras de restauração, tendo sido reaberta apenas no dia 1º de julho deste ano. Quem desejar, ainda pode subir à área superior da Catedral, logo abaixo do telhado, onde se pode ver algumas peças sacras, exceto durante as missas. Mas a visita é paga, e tem que torcer que o guia esteja disponível no momento em que você for à Catedral, o que não foi o caso do dia em que fui. Não há nenhum aviso com orientação de dias e horários da visita na entrada ou no interior da igreja. A Catedral de Petrópolis foi tombada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em 1980. fr

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