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terça-feira, 18 de abril de 2023

Lula procura mediar conflito da Rússia com Ucrânia, mas acaba desagradando

        Em recente viagem, este mês, aos Emirados Unidos e à China, o presidente Lula fez polêmicas declarações a respeito da invasão da Rússia à Ucrânia. Não é a primeira vez que Lula responsabiliza, além da Rússia, também a Ucrânia pela guerra, apesar de ser este o país invadido e agredido. E critica, ainda, a postura dos Estados Unidos e da União Europeia, que não estariam fazendo os esforços necessários para acabar com o confronto, que já dura mais de um ano:
       “O presidente Putin [da Rússia] não toma a iniciativa de parar. Zelenski [presidente da Ucrânia] não toma a iniciativa de parar. A Europa e os Estados Unidos continuam contribuindo para continuação desta guerra. Temos que sentar à mesa e dizer para eles: ‘basta!’ ”
        A Rússia parece ter sido o único lado a ter gostado do que disse Lula. O chanceler russo, Sergey Lavrov, em visita oficial ao Brasil, foi recebido, ontem, pelo presidente brasileiro, mas, até o momento, não houve divulgação de fotos do encontro. O ministro das Relações Exteriores da Rússia destacou que os dois países teriam visões muito próximas. Hoje, ele deve seguir para a Venezuela, depois para a Nicarágua e Cuba.
        Os Estados Unidos, claro, não gostaram nada. De acordo com a imprensa, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional daquele país afirmou, ontem, que “Neste caso, O Brasil está ‘papagueando’ a propaganda russa e chinesa sem observar os fatos”. Por sua vez, o porta-voz principal para Assuntos Externos da União Europeia, Peter Stano, também manifestou discordância com o presidente brasileiro: “Não é verdade que os Estados Unidos e a União Europeia estão ajudando a prolongar o conflito. Nós oferecemos inúmeras possibilidades à Rússia de um acordo de negociação em termos civilizados.”
        Lula propôs a formação de um “Clube da Paz” para mediar o fim da guerra. O chanceler russo formalizou o convite de Vladimir Putin para Lula visitar o seu país e participar do Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, previsto para o mês de junho. O porta-voz da diplomacia ucraniana, Oleg Nikolenko, também aproveitou para reiterar o convite de Volodymyr Zelensky para o presidente brasileiro visitar Kiev a fim de que lhe sejam esclarecidas “as reais razões” da guerra. Na foto acima, o presidente da China, Xi Jinping, recebendo o Lula.
      Minha opinião: O Brasil não tem protagonismo político no cenário mundial, como gostaria. E vem buscando ocupar um papel importante nas discussões internacionais. Neste caso, é louvável o Brasil se oferecer como mediador em negociações para a paz, mas acaba por parecer favorável ao lado agressor, a Rússia, uma atitude escancaradamente antipática para quem quer ser visto como mediador isento pelos dois lados. O Brasil demonstra independência frente aos Estados Unidos, porém, ao mesmo tempo, muito simpático à Rússia. fr

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