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domingo, 15 de outubro de 2023

MASP (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand) I

        O MASP (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand) é o principal museu de arte do Brasil, da América Latina, do hemisfério Sul e um dos mais importantes do mundo. Eu conheci o MASP em maio deste ano, e vou comentar com vocês a sua história e como foi a visita. O museu é uma instituição particular sem fins lucrativos, com um acervo de aproximadamente oito mil itens e fica localizado na Avenida Paulista nº 1578. É tombado pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
      O MASP surgiu da iniciativa do jornalista, político e empresário Assis Chateaubriand, dono dos Diários Associados, o maior grupo brasileiro de comunicação nas primeiras décadas do século 20. Chateaubriand controlava um poderoso grupo que incluía dezenas de emissoras de rádio; jornais e revistas, entre elas “O Cruzeiro”, a mais lida à época; e viria a inaugurar a televisão no Brasil em 1950, com a fundação da TV Tupi.
        Inaugurado em 2 de outubro de 1947, ainda com poucas obras de arte, a primeira sede do museu foi em uma sala de mil metros quadrados no segundo andar do Edifício Guilherme Guinle, na Rua Sete de Abril, no Centro de São Paulo. No prédio estava instalada a sede dos Diários Associados. Alguns anos depois, o MASP passou a oferecer cursos e palestras, além de uma programação ampla de cinema, teatro e música, por exemplo, tornando-se, assim, também um centro cultural. O crítico de arte, jornalista e colecionador italiano Pietro Bardi, naturalizado brasileiro, assumiu o cargo de diretor da instituição, que exerceu até 1990, de acordo com informações do próprio MASP.
        O acervo do MASP aumentou bastante até 1960, através de uma agressiva estratégia usada por Chateaubriand e devido ao momento histórico da época. Ele pressionava os empresários a doarem recursos para a compra de obras para o museu, oferecendo, em troca, espaços em publicidade em seus veículos de comunicação. E o período pós-Segunda Guerra Mundial, em que a Europa estava em reconstrução, favoreceu bastante, já que muitos colecionadores europeus precisaram vender suas obras e baixar os preços. Pietro Bardi viajou pelo mundo selecionando as obras a serem compradas.
        Em 1953, o MASP já era reconhecido internacionalmente pela qualidade do seu acervo, e foi convidado a enviar 100 de suas obras para uma exposição no Musée de l’Orangerie, em Paris. O sucesso foi tanto que, nos anos seguintes, outros museus e centros culturais solicitaram receber a exposição: Palais dês Beaux-Arts, em Bruxelas, na Bélgica; Centraal Museum de Utrecht, nos Países Baixos; e o Museu de Belas Artes de Berna, o Kunstmuseum, na Suíça. A exposição do MASP também esteve na Tate Gallery, em Londres, na Inglaterra; Kunsthalle em Düsseldorf, na Alemanha; Palazzo Reale, em Milão, na Itália; Metropolitan Museum, em Nova Iorque, e no Toledo Museum of Art, em Ohio, ambos nos Estados Unidos. Em 1957, esteve, ainda, no Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro. Nas décadas seguintes, outras exposições internacionais foram realizadas, e o MASP também tem recebido exposições de instituições estrangeiras.
        Em 8 de novembro de 1968, foi inaugurada a atual sede do MASP, na Avenida Paulista, o principal símbolo da cidade de São Paulo. O projeto foi da arquiteta Lina Bo Bardi, esposa do diretor Pietro Bardi, nascida na Itália e naturalizada brasileira. E o projeto estrutural foi do engenheiro José Carlos de Figueiredo Ferraz. A sede fica em um terreno que foi doado à prefeitura pela família de Joaquim Eugênio de Lima, idealizador e construtor da avenida, com a condição prévia de que a vista do Centro da cidade não fosse encoberta. Por isso, a arquiteta optou por um bloco subterrâneo e um elevado que está a oito metros do nível do solo, sustentado por quatro pilares, e com 74 metros de vão livre, o maior do mundo na época. São dois andares no subsolo e mais dois no prédio superior.
 
        O prédio foi projetado em 1958, mas demorou dez anos para ser inaugurado, devido a algumas interrupções. A então rainha Elizabeth II e Filipe, seu marido, o duque de Edimburgo, estiveram presentes à cerimônia de inauguração. Assis Chateaubriand não chegou a ver o MASP em atividade na nova sede por ter falecido em 4 de abril do mesmo ano, vítima de trombose, aos 75 anos de idade.
        Com um acervo de mais de onze mil obras de diversos períodos e regiões do planeta, entre pinturas, esculturas, desenhos, vestuário e fotografias, o MASP tem a maior coleção de arte europeia da América Latina e de todo o hemisfério Sul. Como todos os grandes museus, parte do seu acervo não está em exposição permanente. Entre os diversos artistas que têm suas obras originais expostas no MASP, posso citar: Picasso, Van Gogh, Renoir, Monet, Gauguin, Cézanne, Manet, Rafael, Goya, Rembrandt, Portinari, Di Cavalcanti, Victor Meirelles e Anita Malfatti. Os seus quadros estão na galeria do 2º andar do prédio principal, mas não ficam dispostos em paredes, eles ficam em cavaletes de cristal, conforme se vê nas minhas fotos, com as suas respectivas informações no verso. Os visitantes percorrem o amplo salão da galeria, contornando os quadros.
        E, como curiosidade, ainda posso contar que, quando estive visitando o MASP, em maio deste ano, eu vi um quadro que não podia ser fotografado. Era o “Faa Iheihe”, do pintor francês Paul Gauguin. A seu lado, em pé, estava um rapaz para impedir que os visitantes o fotografassem. Eu entrei em contato com o MASP, depois, que me informou o nome correto da obra, de 1898, e que ela pertence ao Museu de Arte Moderna de Londres, que a emprestou para exposição.
        Toda essa variedade de estilos e a indiscutível qualidade artística do seu acervo fez com que o MASP passasse a ser visado pelo mercado negro internacional. Em 20 de dezembro de 2007, três homens invadiram o museu, aproximadamente às cinco horas da manhã, e furtaram os quadros “O Lavrador de Café”, de Portinari, e “Retrato de Suzanne Bloch”, de Picasso, à época estimadas em torno de 55 milhões de reais. Os bandidos agiram rápido e realizaram o furto em menos de três minutos. As obras foram recuperadas pela polícia no dia 8 de janeiro do ano seguinte, sem danos, na cidade paulista de Ferraz de Vasconcelos, e dois dos bandidos foram presos. No segundo semestre daquele ano, o MASP instalou um novo sistema de segurança, com 96 câmeras de segurança digitais e sete monitores de alta resolução.
     Além dos espaços destinados às exposições permanentes e temporárias, à área administrativa e de pesquisa, o MASP possui biblioteca, auditórios, restaurante, café e loja para a venda de publicações e produtos relacionados à sua marca. Está prevista para o ano que vem a ampliação do MASP, com um edifício adicional de 14 andares no quarteirão adjacente ao atual na Avenida Paulista, e os dois serão interligados por um túnel subterrâneo.
        O museu está aberto à visitação às terças-feiras, de 10:00 às 20:00, e de quarta-feira a domingo, de 10:00 às 18:00; às terças a entrada é gratuita. No dia em que eu fui ao MASP, vi filas muito grandes, mas apenas duas atendentes para orientar os visitantes. E, para piorar, as duas não estavam com muita disposição e paciência para atender às pessoas, estavam apenas preocupadas em fazer as filas andar. Eu gostei muito de conhecer o MASP e indico a visita a todo mundo que estiver em São Paulo e àqueles que puderem ir até lá. Não precisa ser especialista em arte, basta ter sensibilidade para apreciar as obras expostas. Aos que forem, bom passeio! Fontes principais que eu pesquisei: Wikipédia e o Masp. fr

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