Fernanda Torres vence Globo de Ouro em filme brasileiro, falado em português, em plena Hollywood

Fernanda Torres venceu o Globo de Ouro, na categoria de Melhor Atriz em Filme de Drama, em cerimônia realizada no domingo, dia 5, no Hotel Beverly Hilton, em Los Angeles, nos Estados Unidos. A premiação Globo de Ouro é organizada pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood desde 1944, e conta com os votos de 93 membros. Fernanda Torres foi a única a concorrer falando em um idioma diferente do Inglês, concorreu em um filme brasileiro, “Ainda estou aqui”, dirigido por Walter Salles e baseado no livro homônimo, de Marcelo Rubens Paiva. Evidentemente, foi uma surpresa, já que era um filme fora da “panelinha” de Hollywood. Fernanda Torres concorreu com atrizes mundialmente conhecidas, como Angelina Jolie, Nicole Kidman, Tilda Swinton, Kate Winslet e Pamela Anderson. Ao receber o prêmio, Fernanda Torres dedicou à mãe, Fernanda Montenegro, que concorreu ao mesmo prêmio em 1999, pelo filme “Central do Brasil”, também dirigido por Walter Salles. “Central do Brasil” venceu o Globo de Ouro de Melhor Filme em Língua Estrangeira. “Ainda estou aqui” concorreu, neste ano, nesta categoria, mas o vencedor foi o filme francês “Emilia Pérez”. A História do filme é sobre o desaparecimento do ex-deputado Rubens Paiva (Selton Mello), que foi retirado de sua casa, em 1971, em plena ditadura militar, e nunca mais reapareceu. A esposa, Eunice Paiva (Fernanda Torres) teve que cuidar sozinha dos cinco filhos e lutar para tentar descobrir onde estava o marido. Marcelo Rubens Paiva, autor do livro que deu origem ao filme, é um desses cinco filhos e tinha apenas onze anos quando o pai desapareceu. Rubens Paiva foi detido sem acusação, afastado de sua família, e torturado até morrer; o seu corpo nunca foi encontrado. Em 1996, após muita luta, Eunice Paiva conseguiu que o governo emitisse uma certidão de óbito, em que foi reconhecido que o marido morreu de forma “não natural, violenta e causada pelo Estado brasileiro no contexto da perseguição sistemática à população identificada como dissidente política do regime ditatorial instaurado em 1964”. Um registro: Fernanda Torres e Walter Salles têm em comum o bom gosto de serem torcedores do Botafogo, mostrando que 2025 continua sendo o Ano do Botafogo! 😎 fr