“Deus protege os que amam”, J. M. Simmel; tradução de Lúcia Magalhães e Carlos Middeldorf, São Paulo, Círculo do Livro, s/d, 240 páginas.
Em Berlim, Alemanha Oriental, 1955, o jornalista Paul Holland planejava casar-se com Sibylle Loredo e mudar-se para Frankfurt, na vizinha Alemanha Ocidental. Após retornar de uma viagem ao Rio de Janeiro, a trabalho, ele tomou conhecimento de que Sibylle havia desaparecido. De acordo com a polícia, ela teria sido sequestrada. Paul passa a investigar, por conta própria, e conhece Petra Wend, uma alemã que lhe diz conhecer Sibylle e que, na realidade, o seu nome verdadeiro era Viktoria Brunswick e que ela foi uma espiã dupla durante a Segunda Guerra Mundial.
A sua amada tinha uma vida secreta, completamente diferente daquilo que mostrava ser: esteve envolvida em espionagem internacional durante a guerra, e era suspeita de ter denunciado um antigo namorado para ser executado. Paul tinha que descobrir o que verdadeiramente tinha acontecido à sua noiva, mas, para isso, teria que colocar sua vida em risco, arriscando confiar na misteriosa mulher que conhecera. O livro é escrito em primeira pessoa, é o personagem principal escrevendo um livro relatando os acontecimentos que vivera meses antes.
Curiosidade: O personagem principal do livro, o jornalista Paul Holland, esteve no Rio de Janeiro, a trabalho. O autor deve ter feito alguma pesquisa e acabou reforçando o estereótipo de que os brasileiros seriam seguidores de religiões afro-brasileiras, que ele chamou, de forma simplista, de “macumba”. Mas, em 1957, ano do lançamento do livro, assim como ainda hoje, a maioria da população brasileira era católica. Não sei se Simmel esteve no Brasil, no livro não há informação a respeito, e também não consegui esta informação na internet. Um trecho do livro:
“No último dia de minha estada aluguei um carro e fui com meus três companheiros ao Corcovado, a montanha onde está a célebre estátua do Cristo Redentor. No meio da subida havia um restaurante que eu já conhecia e convidei-os para almoçar. Foi um almoço tranquilo. Bebemos cerveja e cachaça e vimos papagaios no meio dos arbustos. Depois demos um passeio pela floresta. Visitamos uma quantidade de pequenas grutas, e mostrei a meus amigos uma infinidade de macumbas. Essas macumbas eram a expressão da superstição que dominava todos os negros e brancos do Rio. Conheci também muitos europeus que faziam suas macumbas, sobretudo mulheres.”
(Eu registro em meu blog um resumo das minhas leituras, seguindo a minha interpretação e preferências pessoais, como leitor, acerca do que mais me desperta o interesse, sem preocupação em me aprofundar em análises mais abrangentes e acadêmicas.) fr
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