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domingo, 21 de setembro de 2025

“O amor é só uma palavra”, J. M. Simmel

“O amor é só uma palavra”, J. M. Simmel; tradução de Ari Blaustein, São Paulo, Círculo do Livro, s/d, 591 páginas.
     Livro de 1963. Quando era criança, Oliver Mansfeld foi abandonado na Alemanha Ocidental pelo pai, que fugiu para Luxemburgo levando a mãe e a tia do menino, para não ser preso devido à evasão de divisas, em um dos maiores escândalos daquele país após a Segunda Guerra Mundial. Para afrontar o pai, Oliver era constantemente expulso de escolas particulares. Aos 21 anos, ele começou a estudar no internato particular para terminar os estudos, última instituição a aceitá-lo como aluno, após repetir três anos.
     Oliver conheceu Verena Lord, de 33 anos, esposa de um poderoso banqueiro de Frankfurt e amigo do seu pai. Os dois começaram a manter um relacionamento extraconjugal, correndo o risco de serem descobertos e sofrerem as represálias por parte do marido traído. Verena havia casado por dinheiro, em busca de segurança financeira para ela e a filha, Evelyn, de cinco anos. Assim como em “Nina”, livro do qual já comentei no meu blog, este conta a história de um relacionamento improvável entre um rapaz mais novo, sem emprego e ainda estudando, com uma mulher casada e vivendo uma vida de conforto e muitas perspectivas para a filha pequena.
        Grande parte do livro é contada através do livro que o personagem principal, Oliver, estava escrevendo sobre a história de seus pais; os conflitos vividos com os colegas problemáticos no internato; e seu relacionamento com Verena, sua filha e seu marido desonesto. Ou seja, a história é contada através do livro que Oliver estava escrevendo e que, depois de concluído, ele enviou para uma editora. Simmel já usara esse recurso para contar a história do livro “Deus protege os que amam”, do qual também já comentei aqui, no meu blog.
        J. M. Simmel nasceu em Viena, Áustria, e quando estourou a Segunda Guerra Mundial, em 1939, tinha 15 anos. Como as histórias dos seus primeiros livros que eu já publiquei aqui, no meu blog, transcorrem no pós-guerra, ele costuma criar personagens com um passado atuante no conflito, como espiões, nazistas, sobreviventes de campos de concentração, colaboracionistas ou combatentes, mesmo que as histórias dos livros não sejam sobre a guerra propriamente.
        Duas curiosidades: neste livro, uma das adolescentes do internato onde Oliver Mansfeld estudava era uma brasileira, de nome nada ligado ao nosso país: “Chichita”, que organizou uma “macumba” com os colegas de internato para proteger um casal de jovens expulso da escola. No livro “Deus protege os que amam”, Simmel já tinha se referido à “macumba” no Brasil. O nome do livro “Amor é só uma palavra” foi tirado de uma música da época do seu lançamento, de mesmo nome; ela fez parte da trilha sonora do filme “Aimez-vous Brahms?”, de 1961, que teve o título em português “Mais uma vez, adeus”, dirigido por Anatole Litvak, com Ingrid Bergman, Yves Montand e Anthony Perkins (que estrelara no ano anterior o clássico “Psicose”, do diretor Alfred Hitchcock). Era a música favorita de Verena Lord.
     (Eu registro em meu blog um resumo das minhas leituras, seguindo a minha interpretação e preferências pessoais, como leitor, acerca do que mais me desperta o interesse, sem preocupação em me aprofundar em análises mais abrangentes e acadêmicas.) fr 

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