O chamado “Buraco do Leme”, no Centro do Rio de Janeiro, vai ser transformado em um prédio residencial de 24 andares, 720 apartamentos e cinco lojas comerciais. em 2.517 metros quadrados de área. O terreno é particular e fica localizado na área arborizada na Avenida Nilo Peçanha, entre a Praça Mário Lago e o Terminal Menezes Cortes. Ele foi destombado pela Alerj (Assembleia Legislativa) no final de 2022. A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Licenciamento deu a autorização para a construção no local em julho deste ano fundamentada na legislação do ‘Reviver Centro’, projeto que busca estimular as pessoas a morar no Centro da cidade. No local, estão aproximadamente 40 árvores, incluindo espécies raras e ameaçadas de extinção, como pau-brasil, que deverão ser removidas para outro local para serem preservadas (espero!). A Construtora Patrimar recebeu a licença para a construção do imóvel, mas ainda não definiu quando isto ocorrerá, já que está analisando o atual momento do mercado. Os apartamentos terão entre 25 e 35 metros quadrados e o prédio não terá garagem. A região é muito bem localizada, próximo ao comércio e diversas empresas, com transporte público próximo: metrô, várias linhas de ônibus, VLT e as barcas da Praça 15. Eu conheço o local, e passo frequentemente por lá. É um lugar de muito trânsito de pessoas devido a estar muito próximo à Praça 15 e à Avenida Rio Branco.

O empreendimento é comemorado pelo presidente do Sinduscom (Sindicato da
Indústria da Construção Civil), Cláudio Hermolin: “Para
muitas famílias, o Centro é uma oportunidade de dar um upgrade’ onde escolheram morar. O metro quadrado para vendas na
área fica entre R$ 10 mil e R$11,5 mil, inferior ao de outras regiões. Esse
tipo de empreendimento atrai famílias da Zona Norte, da Zona Oeste e da Baixada
que desejam morar mais perto do trabalho. Com a chegada de moradores, isso
demandará um aumento da oferta de serviços do entorno, como padarias, dando
mais vida para o Centro, que é aquilo que todos desejam.”
Há, porém, visões críticas ao que consideram especulação imobiliária e preocupações
com os possíveis impactos de mais um prédio na região, como o presidente do CAU
(Conselho de Arquitetura e Urbanismo), Sidney Menezes: “O impacto é negativo.
Aquela região já tem uma ambiência urbana consolidada. Acho que deve provocar
um adensamento excessivo naquela área.” A ex-secretaria municipal de Urbanismo,
Andrea Redondo, também é contra: “É um erro não se pensar a cidade como um
todo. Se o projeto não der certo teremos um residencial subutilizado,
abandonado. Lá atrás, a ideia original era um mini Central Park, que o pedestre
pudesse caminhar por uma área arborizada desde as imediações do Convento de
Santo Antônio [no Largo da Carioca] até a Igreja de São José e a Praça 15. Mas
o plano já foi descaracterizado com a construção do Edifício Garagem Menezes
Cortes, que ficava nesse traçado.” fr
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