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segunda-feira, 27 de outubro de 2025

"Buraco do Lume", no Centro do Rio, foi "destombado" para permitir construção de prédio residencial de 24 andares e 720 apartamentos

O chamado “Buraco do Leme”, no Centro do Rio de Janeiro, vai ser transformado em um prédio residencial de 24 andares, 720 apartamentos e cinco lojas comerciais. em 2.517 metros quadrados de área. O terreno é particular e fica localizado na área arborizada na Avenida Nilo Peçanha, entre a Praça Mário Lago e o Terminal Menezes Cortes. Ele foi destombado pela Alerj (Assembleia Legislativa) no final de 2022. A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Licenciamento deu a autorização para a construção no local em julho deste ano fundamentada na legislação do ‘Reviver Centro’, projeto que busca estimular as pessoas a morar no Centro da cidade. No local, estão aproximadamente 40 árvores, incluindo espécies raras e ameaçadas de extinção, como pau-brasil, que deverão ser removidas para outro local para serem preservadas (espero!). A Construtora Patrimar recebeu a licença para a construção do imóvel, mas ainda não definiu quando isto ocorrerá, já que está analisando o atual momento do mercado. Os apartamentos terão entre 25 e 35 metros quadrados e o prédio não terá garagem. A região é muito bem localizada, próximo ao comércio e diversas empresas, com transporte público próximo: metrô, várias linhas de ônibus, VLT e as barcas da Praça 15. Eu conheço o local, e passo frequentemente por lá. É um lugar de muito trânsito de pessoas devido a estar muito próximo à Praça 15 e à Avenida Rio Branco.

O empreendimento é comemorado pelo presidente do Sinduscom (Sindicato da Indústria da Construção Civil), Cláudio Hermolin: “Para muitas famílias, o Centro é uma oportunidade de dar um upgrade’ onde escolheram morar. O metro quadrado para vendas na área fica entre R$ 10 mil e R$11,5 mil, inferior ao de outras regiões. Esse tipo de empreendimento atrai famílias da Zona Norte, da Zona Oeste e da Baixada que desejam morar mais perto do trabalho. Com a chegada de moradores, isso demandará um aumento da oferta de serviços do entorno, como padarias, dando mais vida para o Centro, que é aquilo que todos desejam.”

Há, porém, visões críticas ao que consideram especulação imobiliária e preocupações com os possíveis impactos de mais um prédio na região, como o presidente do CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo), Sidney Menezes: “O impacto é negativo. Aquela região já tem uma ambiência urbana consolidada. Acho que deve provocar um adensamento excessivo naquela área.” A ex-secretaria municipal de Urbanismo, Andrea Redondo, também é contra: “É um erro não se pensar a cidade como um todo. Se o projeto não der certo teremos um residencial subutilizado, abandonado. Lá atrás, a ideia original era um mini Central Park, que o pedestre pudesse caminhar por uma área arborizada desde as imediações do Convento de Santo Antônio [no Largo da Carioca] até a Igreja de São José e a Praça 15. Mas o plano já foi descaracterizado com a construção do Edifício Garagem Menezes Cortes, que ficava nesse traçado.” fr

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