O ex-presidente Jair Bolsonaro foi detido pela Polícia Federal às seis horas da manhã de hoje, em sua casa em Brasília, após ter a sua prisão domiciliar convertida em prisão preventiva pelo ministro Alexandre de Moraes do STF (Supremo Tribunal Federal). A decisão ocorreu, ontem, após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), um dos filhos do ex-presidente, ter convocado uma vigília “pela saúde” do pai para ocorrer hoje, em frente ao condomínio onde Bolsonaro cumpre prisão domiciliar. Em sua decisão, Alexandre de Moraes justificou: “eventual realização da suposta ‘vigília’ configura altíssimo risco para a efetividade da prisão domiciliar decretada e põe em risco a ordem pública e a efetividade da lei penal”. De acordo com o ministro, a Polícia Federal o alertou que a tornozeleira eletrônica de Jair Bolsonaro havia sofrido algum tipo de violação à meia-noite e oito minutos de hoje. Alexandre de Moraes considerou que a atitude do ex-presidente "constata a intenção do condenado de romper a tornozeleira eletrônica para garantir êxito em sua fuga, facilitada pela confusão causada pela manifestação convocada por seu filho". Os defensores de Bolsonaro correram para atacar o ministro afirmando que tudo seria uma “armação” e que o ex-presidente não teria tentado tirar a tornozeleira eletrônica, porém o STF divulgou um vídeo em que o próprio Bolsonaro admite ter tentado arrancá-la com um ferro de soldar (assista abaixo). Ficou feio! O ex-presidente foi condenado a 27 anos e três meses de prisão pela tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, estava em prisão domiciliar desde agosto por tentar atrapalhar o processo de investigação da trama golpista. Bolsonaro também foi condenado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, e foi declarado inelegível por oito anos de acordo com a Lei da Ficha limpa. Ele perdeu os seus direitos políticos, não pode votar nem se candidatar a cargo político. Jair Bolsonaro ainda está sendo investigado em outros processos no STF. Entre eles: suspeita de interferência na Polícia Federal, denunciada por Sérgio Moro; tentativa de influenciar autoridades dos Estados Unidos sobre o golpe; negociação irregular de joias sauditas; uso da Agência Brasileira de Inteligência para espionagem ilegal; incitação aos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023; desinformação sobre vacinas, ao associar imunizantes ao risco de AIDS; vazamento de dados sigilosos da Polícia Federal sobre ataque ao TSE; crimes apontados pela CPI da Covid. fr
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