1808: Como uma rainha
louca, um príncipe medroso e uma Corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a
História de Portugal e do Brasil, Laurentino Gomes, São Paulo, 2ª ed., editora
Planeta do Brasil, 2007, 367 páginas.
"1808" recebeu, no ano de 2008, os prêmios de
Melhor Livro de Ensaio da Academia Brasileira de Letras e o Prêmio Jabuti de
Literatura, na categoria livro-reportagem e de livro do ano de 'não-ficção'. O
livro descreve o que ocorreu durante o que o autor chama de fuga da Corte
portuguesa para o Brasil, no final de 1807, às vésperas da invasão das tropas
de Napoleão Bonaparte, e as suas repercussões. Entre 10 mil e 15 mil pessoas
entraram às pressas em quarenta embarcações com destino ao Brasil, temerosas da
iminente invasão. Lisboa, à época, tinha uma população de cerca de 200 mil
habitantes. Muitos mais não conseguiram lugar nos navios.
Ao mesmo tempo em que se comprometia a aceitar as exigências
de Napoleão, no sentido de aderir ao bloqueio contra os britânicos, D. João
acertava um acordo com a Inglaterra para se retirar em segurança do país. Navios
de guerra britânicos escoltaram os portugueses, e a Inglaterra se beneficiou
muito desse apoio, conseguindo privilégios e enormes lucros no Brasil. Em
Portugal, os anos seguintes foram de fome e de confrontos, com a resistência
popular à invasão. Mais de meio milhão de portugueses deixaram o país.
Aos poucos, com a presença da família real em seu
território, o Brasil foi adquirindo cada vez mais importância, deixando ser
colônia e passando a fazer parte do Reino Unido de Portugal e Algarves. Mesmo
após a derrota definitiva de Napoleão, em 1815, D. João VI somente retornou a
Portugal seis anos depois, e, ainda assim, contrariado, submetendo-se às fortes
pressões pelo seu regresso a seu país. D. João VI deixou o filho, Pedro, como
príncipe regente para representá-lo. Os acontecimentos que se seguem dão origem
ao segundo livro da trilogia do autor, sobre o qual escreverei mais à frente. fr

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