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terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Árvore de pelo menos 535 anos é derrubada para fazerem uma cerca

           Mais um absurdo daqueles que custamos a acreditar acontecer no Brasil. Em um terreno na via Linha Coração, na cidade de Vargem Bonita, interior de Santa Catarina, derrubaram uma árvore gigante rara de pelo menos 535 anos, ou seja, mais antiga que o Brasil como país. O crime ambiental ocorreu em fevereiro do ano passado, mas somente recentemente foi possível estimar a idade da árvore. Pesquisadores da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) realizaram um procedimento específico com este objetivo, em que foram analisados os anéis de crescimento do tronco da árvore, baseado na ciência conhecida como dendrocronologia.

O pior de tudo é saber que os criminosos derrubaram essa imbuia gigante, que é árvore símbolo daquele estado, para construir uma cerca. A árvore era mais alta do que um prédio de 10 andares, e somente seis pessoas juntas poderiam conseguir abraçá-la. Esse tipo de árvore tem sido alvo de exploração criminosa e faz parte da relação de espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção. A árvore derrubada foi removida pelas autoridades e encontra-se em exposição na sede da Polícia Ambiental, para ser utilizada na orientação da população, no sentido de não cometerem tal prática.
 

A madeira da imbuia é cobiçada por ser muito resistente às variações do clima e por resistir no solo por nove anos, em média, além de poder ser vendida para a indústria madeireira a fim de ser transformada em móveis ou portas. A Polícia Ambiental foi ao local graças a uma denúncia anônima, mas não encontrou ninguém, nem equipamentos, e informou que a derrubada de árvores ocorreu sem o conhecimento dos proprietários do local. Estes, porém, foram multados por serem os responsáveis pelo controle do terreno.

Além da imbuia gigante, foram derrubadas 16 unidades da também ameaçada araucária, conhecida como pinheiro-brasileiro. O valor da multa aos proprietários foi de R$ 12.750, menor, portanto, do que o valor que as árvores poderiam chegar caso fossem vendidas para a indústria madeireira, que poderia superar os R$ 20.000. Desde maio deste ano, o local vem passando por um processo de recuperação ambiental. Uma lástima!

          Já aconteceu coisa pior nos EUA:

Em 1964, no estado de Nevada, nos Estados Unidos, para saber a idade de uma enorme árvore foi utilizada uma furadeira especial a fim de remover parte do seu núcleo, e fazer a contagem dos seus anéis, sem o risco de matá-la.  O equipamento, porém, teria ficado preso na árvore, e, devido a seu enorme custo, autoridades do serviço florestal autorizaram sua derrubada, após avaliar que a mesma não tinha grande relevância. Somente algum tempo depois é que um estudante de Geografia descobriu que aquele exemplar de Pinus aristata, cujo nome é ‘Prometeu’, era a árvore mais antiga até então, com 5.000 anos. Essas árvores muito antigas preservam dados de todo o tempo de sua existência, de grande valor para a pesquisa da flora e clima. fr

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