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domingo, 31 de maio de 2020

Ninguém é dono da língua, e todo mundo pode cometer erros de português

          Ontem, assistindo a SIC, televisão de Portugal, uma legenda estava com um erro, o que me chamou mais atenção do que a própria reportagem. Um erro de português, mais especificamente de concordância verbal: “57% dos inquiridos passou a cozinhar mais”. Percebi logo, o verbo deveria ter ido para o plural.  
          Consultei a coleção “Língua viva”, do professor Sérgio Nogueira Duarte, para fundamentar. No capítulo 2, ele ensina que o verbo deve concordar com o número quando houver um especificador no plural, como no caso da frase acima: “57% dos inquiridos PASSARAM a cozinhar mais”. Se o especificador estivesse no singular, o verbo concordaria no singular: “57% da pesquisa PASSOU a cozinhar mais”.
 

          Eu não estou querendo criticar a emissora, muito menos os portugueses, que costumam falar de uma maneira muito mais correta do que nós, brasileiros. Mas, justamente porque muitos portugueses criticam tanto a nós, brasileiros, por falarmos errado, eu quis mostrar que ninguém é perfeito, nem dono da língua. Eu já li na imprensa um caso de uma professora universitária, que chamou a atenção de um aluno brasileiro, mandando-o “falar português” em sala de aula. Felizmente, acredito, é uma minoria de casos assim tão radicais.
          Eu mesmo devo cometer vários erros de português, alguns por desatenção, outros tantos por não me lembrar das aulas do ensino médio. Pode acontecer com todos. É preciso que as pessoas tenham um pouco mais de tolerância com os erros involuntários dos outros, porque todos estão sujeitos a cometer erros. fr

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