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quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Uma série com muitos diretores, equipamentos secretos e até um casamento

           

        Eu gosto de registrar os nomes dos diferentes diretores das minhas séries antigas preferidas. Na época, era muito comum os produtores contratarem diferentes diretores para trabalharem em diferentes séries. ‘Agente 86’ teve 29 diretores diferentes, sendo Gary Nelson e Bruce Bilson os que dirigiram o maior número de episódios, 23 e 22, respectivamente.
        Don Adams também acumulou a função de diretor em algumas oportunidades, chegando a ser um dos que mais comandou as gravações. Ele e James Komack dirigiram, cada um, 11 episódios. Os quatro diretores juntos dirigiram praticamente metade do total de episódios da série “Agente 86”, 48,55% para ser exato. O primeiro episódio, “Mr. Big”, em preto e branco, foi dirigido por Howard Morris e o último de toda a série, “Os amarelos atacam”, por Nick Webster.
        Como era uma série sobre espionagem e contraespionagem, claro, os agentes do Controle e da Kaos tinham à sua disposição vários equipamentos para desempenhar as suas atividades secretas, principalmente Maxwell Smart. Em uma época em que o telefone celular ainda não era uma realidade, o agente 86 se comunicava com a sede do Controle através do seu sapato-fone.
        Quando o Chefe precisava conversar sobre algum assunto confidencial, 86 insistia para eles usarem o ‘cone do silêncio’, um “moderno” aparelho que descia do teto e os encobria, a fim de abafar a conversa. Mas o ‘cone do silêncio’ nunca funcionava direito e todos podiam ouvir o que os dois falavam, menos justamente quem estava dentro dele.



        E o Controle ainda desenvolveu o ‘cone do silêncio’ portátil, usado pelos dois fora da sede, e, claro, ele também não funcionava, e o Chefe chegou a ficar com ele preso na cabeça em uma ocasião. Em um episódio da terceira temporada, o Congresso dos Estados Unidos fez cortes no orçamento do Controle, e ele precisou alugar o cone do silêncio à CIA. rsrs Maxwell, então, exige o uso do ‘armário do silêncio’, e ele, o Chefe e a 99 ficam presos nele.
        No apartamento do agente 86 também havia uma parede invisível à prova de balas; vários telefones disfarçados; e armadilhas contra invasores, que, na maioria das vezes atingiam somente a ele. Em um episódio, 86 conseguiu se livrar de três agentes da Kaos, ao mesmo tempo, usando um revólver com três canos. 😄😄
        O programa usava vários bordões, ou seja, aquelas expressões repetidas em determinadas situações. Por exemplo, quando 86 batia a porta na cara do Chefe ou sujava sua camisa com comida ele dizia “me desculpe por isso, Chefe!”. Este bordão fez tanto sucesso quando a série passou a ser exibida nos Estados Unidos que era repetido o tempo todo pelas pessoas, até mesmo pelos astronautas da NASA, quando algo dava errado.
        Um dos principais destaques da série, em minha opinião, é a sua abertura e encerramento, criados por Leonard Stern (assista ao vídeo, mais acima). Na abertura, Maxwell Smart chega de carro a um prédio onde fica a sede secreta do Controle, entra em uma cabine telefônica, muito comum nos Estados Unidos à época, disca um código também secreto, claro, e desce para o subsolo do prédio.


        Foi o ator Don Adams que teve a ideia de como fazer parecer que a cabina estaria descendo. Na cena, ele simplesmente se agacha! Uma ideia simples, mas que ficou sensacional, e, segundo Leonard Stern, evitou que fossem gastos muito dinheiro e trabalho com a abertura de um buraco no palco. Durante a terceira temporada, o Chefe diz que a sede fica localizada “a dez andares abaixo do solo”. A música-tema da série é marcante e foi composta por Irving Szathmary.
        Ao longo das cinco temporadas a abertura foi praticamente a mesma, sempre mantendo as cenas no elevador, apenas com a alteração do local e o carro que o agente 86 usava. Foram três aberturas em que ele chega ao Controle em três carros esportivos: um inglês Sunbeam Tiger vermelho; a partir da terceira temporada passou a usar um alemão Karmann Ghia conversível azul; e, por último, a partir da quinta temporada, um alemão Opel GT. O carro era equipado com vários recursos, como assento ejetor, metralhadora e cortina de fumaça para facilitar uma eventual fuga.
        Em 1968, a NBC resolveu não manter a série em sua programação devido à diminuição dos índices de audiência. A CBS, no entanto, assumiu a produção a partir da quarta temporada, que se estendeu pelo ano de 1969, fazendo algumas reformulações, a principal foi unir os agentes 86 e 99. Até então, os dois mantinham uma relação cheia de insinuações, e eles nunca tinham sequer trocado um beijo.


         No episódio “Missão bem impossível”, no estilo de comédia pastelão, Max e 99 se vestem de Carlitos, e acabam se declarando. Eles se casam e têm um casal de gêmeos. A mãe de 99 também não tinha um nome, era chamada apenas de “mamãe”, e ela revela que o pai da 99, assim como Maxwell, sempre dizia trabalhar no ramo de cartões, mas era um espião; o pai não apareceu no seriado.
        Mas, infelizmente, não deu nem para acompanhar o crescimento das crianças, porque a série acabou no ano seguinte, na quinta temporada. O último episódio, “Como era verde o meu valete”, foi exibido nos Estados Unidos no dia 13 de fevereiro de 1970. ‘Agente 86’ venceu cinco prêmios Emmy, importante premiação da televisão estadunidense: dois de melhor série de humor e três de melhor ator de comédias para Don Adams. Uma das minhas séries de TV preferidas! fr 

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