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sábado, 4 de setembro de 2021

Monumento à Princesa Isabel em Copacabana


       O monumento à princesa Isabel fica localizado na Avenida de mesmo nome, esquina com a Avenida Atlântica, de frente para a praia de Copacabana. A sua inauguração ocorreu no dia 13 de maio de 2003, substituindo o antigo monumento à princesa, que existia na avenida desde os anos de 1960, mas que foi demolido na década seguinte, após uma reforma realizada no local. A estátua de bronze tem dois metros e meio de altura, mostra a princesa segurando uma pena com a mão esquerda, em uma referência clara à assinatura da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, e é de autoria do escultor Edgar Duvivier.
       Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbon, a princesa Isabel, nasceu em 1846, no Palácio Imperial de São Cristóvão, atual Museu Nacional, no Rio de Janeiro, e é a segunda filha de D. Pedro II e da imperatriz Teresa Cristina. O casal ainda teve outros três filhos. O primeiro foi um menino, D. Afonso Pedro, nascido em 1845, e era aquele que iria suceder a D. Pedro II, mas faleceu bem jovem, com apenas dois anos, após uma forte crise epiléptica. Em 1847, nasceu D. Leopoldina; e, no ano seguinte, D. Pedro Afonso, que, por ser um menino, assumia a condição de herdeiro natural ao trono. Mas, a criança também morreu, com pouco mais de um ano, vítima de uma forte febre, que também atingiu a Isabel, mas esta conseguiu se recuperar.
       Como a filha a ter nascido primeiro, a princesa Isabel passou a ser preparada para um dia assumir o governo do Brasil, o que acabou nunca acontecendo. Mas ela chegou a assumi-lo interinamente por três vezes, na ausência do pai, fora do país. D. Pedro II sempre foi favorável a acabar com a escravidão no Brasil, mas não conseguiu fazê-lo por falta de apoio político, mas conseguiu, aos poucos, a aprovação de leis até a sua extinção total. A primeira regência da princesa Isabel foi de 26/5/1871 a 31/3/1872, período no qual Isabel sancionou a chamada Lei do Ventre Livre, em 28/9/1871, que determinava livres todos os filhos de escravos nascidos a partir desta data. Anos mais tarde, Isabel assumiu a segunda regência, de 1/3/1876 a 22/9/1877. E a terceira ocorreu de 30/6/1887 a 22/8/1888.
       Em 13 de maio de 1888, a princesa Isabel sancionou no Paço Imperial, no Centro do Rio de Janeiro, a lei que pôs fim à escravidão no Brasil e ficou conhecida como Lei Áurea, após a sua aprovação prévia pelos deputados e senadores. O fim da escravidão não foi bem aceito por muitos dos grandes proprietários de terras no Brasil. O descontentamento dos “coronéis”, associado à desconfiança que existia sobre o marido de Isabel, Luís Filipe Maria Fernando Gastão de Orléans, o conde D’Eu, por ser francês, ou seja, um estrangeiro, levaram à proclamação da República, em 1889. D. Pedro II estava prestes a completar 64 anos, idade avançada para a época, e muito cansado.
                  
       Com o fim da Monarquia, a família imperial foi obrigada a deixar o Brasil, e impedidos de retornar ao país, partindo primeiro para Portugal, onde a imperatriz Teresa Cristina veio a falecer poucas semanas após a chegada, e, em seguida, para a França. D. Pedro II faleceu em 5 de dezembro de 1891, aos 64 anos, em Paris. Em 1920, o presidente Epitácio Pessoa revogou o banimento da família imperial, mas Isabel estava doente, não podendo retornar, e morreu em 14 de novembro de 1921, aos 75 anos, na França. O conde D’Eu, que se encontrava no Rio de Janeiro durante as comemorações do primeiro centenário da Independência, morreu no ano seguinte.
       Isabel e o marido foram enterrados na França, tiveram os seus restos mortais trazidos para o Brasil anos mais tarde e que se encontram atualmente na Catedral de São Pedro de Alcântara, em Petrópolis, junto aos restos mortais de D. Pedro II e Teresa Cristina, igualmente trasladados. Isabel escreveu em seu diário, logo após a proclamação da República: “Se a abolição é a causa disto, eu não me arrependo, eu considero valer a pena perder o trono por ela.” Isabel e o conde D’Eu tiveram quatro filhos: Luísa Vitória, que nasceu morta, Pedro de Alcântara, Luís e Antônio. fr

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