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domingo, 12 de setembro de 2021

“Saio da vida para entrar na História”, Getúlio Vargas em sua ‘carta-testamento’

A mensagem de Getúlio Vargas à nação, divulgada logo após o seu suicídio, no dia 24 de agosto de 1954, em seu quarto no Palácio do Catete, ficou conhecida como a sua ‘carta-testamento’. O texto está datilografado e teria sido escrito pelo jornalista José Soares Maciel Filho, quem redigiu grande parte dos discursos de Vargas, mas a autoria é contestada por algumas pessoas. O original do documento está no Museu do Catete, antiga sede do governo brasileiro. Ainda há um texto manuscrito e assinado, mais conciso, e que seria do próprio punho do presidente. Em cinco páginas, o texto não foi divulgado de imediato, somente anos depois da morte de Getúlio.  fr

A mensagem manuscrita:

"Deixo à sanha dos meus inimigos o legado da minha morte. Levo o pesar de não haver podido fazer, por este bom e generoso povo brasileiro e principalmente pelos mais necessitados, todo o bem que pretendia. A mentira, a calúnia, as mais torpes invencionices foram geradas pela malignidade de rancorosos e gratuitos inimigos numa publicidade dirigida, sistemática e escandalosa. Acrescente-se a fraqueza de amigos que não me defenderam nas posições que ocupavam, a felonia de hipócritas e traidores a quem beneficiei com honras e mercês e a insensibilidade moral de sicários que entreguei à justiça, contribuindo todos para criar um falso ambiente na opinião pública do país, contra a minha pessoa. Se a simples renúncia ao posto a que fui elevado pelo sufrágio do povo me permitisse viver esquecido e tranquilo no chão da pátria, de bom grado renunciaria. Mas tal renúncia daria ensejo para com fúria, perseguirem-me e humilharem. Querem destruir-me a qualquer preço. Tornei-me perigoso aos poderosos do dia e às castas privilegiadas. Velho e cansado, preferi ir prestar contas ao senhor, não de crimes que contrariei ora porque se opunham aos próprios interesses nacionais, ora porque exploravam, impiedosamente, aos pobres e aos humildes. Só Deus sabe das minhas amarguras e sofrimentos. Que o sangue de um inocente sirva para aplacar a ira dos fariseus. Agradeço aos que de perto ou de longe trouxeram-me o conforto de sua amizade. A resposta do povo virá mais tarde...."

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