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sábado, 16 de outubro de 2021

Monumento a Pedro Álvares Cabral



      Oficialmente e para os registros da História, o Brasil foi descoberto pelo navegador português Pedro Álvares Cabral, em 22 de abril de 1500. No Rio de Janeiro, nós temos o monumento em sua homenagem, localizado no Largo da Glória. Eu o visitei para conhecê-lo e comentar aqui no meu blog. Ele foi inaugurado em 3 de maio de 1900, pelo presidente da República Campos Salles, como parte das comemorações do quarto centenário do descobrimento do Brasil. A cerimônia contou com a presença estimada de 30 mil pessoas, incluindo autoridades e convidados. O rei de Portugal D. Carlos I foi representado pelo seu embaixador, o general Francisco Maria da Cunha.
       O monumento tem 10 metros de altura, com o pedestal hexagonal de granito, é de autoria do escultor mexicano radicado no Brasil Rodolpho Bernardelli, e tem em um dos lados a estátua de Pedro Álvares Cabral. Do outro lado, estão as estátuas de Pero Vaz de Caminha, que está segurando a sua carta ao rei D. Manuel I informando-o da descoberta de novas terras; e de Frei Henrique de Coimbra, com um crucifixo em uma das mãos, que celebrou a primeira missa em território brasileiro. As estátuas são em bronze. O Largo da Glória não está bem cuidado e tem a presença constante de muitos moradores de rua. Nas minhas fotos, ao fundo pode se ver a Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, inaugurada em 1739.
       Aos 32 ou 33 anos, não se tem certeza quanto ao ano de seu nascimento, se 1467 ou 1468, Pedro Álvares Cabral foi escolhido pelo rei português D. Manuel I para liderar uma expedição com destino à Índia para estabelecer comércio de especiarias e contatos diplomáticos. A frota era composta de 13 embarcações e 1.500 homens, e partiu de Lisboa em 9 de março de 1500; Cabral estava a bordo da nau capitânia. Ele afastou-se muito da costa africana e acabou por descobrir o Brasil em 22 de abril. Há muitas controvérsias se a descoberta fez parte de um objetivo previamente traçado, ou se foi resultado do acaso.

       Em 26 de abril, o frei Henrique de Coimbra celebrou a primeira missa em território brasileiro, no litoral baiano. Pero Vaz de Caminha descreveu por escrito a terra descoberta, os seus habitantes, e relatou acontecimentos da viagem. A carta é considerada o primeiro documento histórico escrito relacionado ao Brasil, e foi levada por uma das embarcações a Portugal, ao rei D. Manuel I. Pero Vaz de Caminha e frei Henrique de Coimbra estão homenageados no monumento que visitei no Largo da Glória, junto com Pedro Álvares Cabral (veja as minhas fotos).
       Cabral deixou alguns tripulantes nas terras descobertas e retomou a viagem com o destino à Índia, onde deu prosseguimento à sua missão. Após finalizá-la Cabral retornou a Portugal, onde chegou em 21 de julho de 1501, com apenas seis embarcações da frota original. Cabral foi saudado por D. Manuel I, chegou a ser mais tarde escolhido pelo rei para comandar uma nova expedição à Índia, mas acabou por ser substituído, não se sabe precisamente a razão, caindo depois no ostracismo.
       Pero Vaz de Caminha morreu durante um ataque árabe na cidade de Calicute, na Índia, em dezembro de 1500. Não há registros do período posterior da vida de Pedro Álvares Cabral, ele faleceu provavelmente em 1520 e pouco se falou dele nos séculos posteriores. Somente na década de 1840 ele foi lembrado, quando o imperador brasileiro D. Pedro II incentivou o estudo e publicações a respeito de Cabral e sobre a sua descoberta. Mesmo assim, ele não tem o mesmo prestígio de outros importantes navegadores em Portugal, como Vasco da Gama, por exemplo.
       Em Lisboa, há uma estátua em sua homenagem, na avenida que leva o seu nome, réplica desta que fica no Largo da Glória, presenteada pelo governo brasileiro em 1941. E Cabral é também um dos homenageados no Monumento aos Descobrimentos, junto a outras 31 personalidades, tais como Vasco da Gama e o frei Henrique de Coimbra. Eu visitei este monumento na capital portuguesa e já escrevi em 2018 sobre ele aqui no meu blog.
       No Brasil, o dia 22 de abril é lembrado anualmente, mas não é feriado. E Cabral já estampou a nota de 1.000 cruzeiros durante a ditadura militar, nas décadas de 1960-70; e a cédula comemorativa dos 500 anos da descoberta do Brasil, de 10 reais, no ano de 2000. Em Portugal, estampou a cédula de 100 escudos na década de 1950 e a de 1000 escudos em 1996.
       Eu estive no Largo da Glória fotografando o monumento a Pedro Álvares Cabral no dia 14 de julho deste ano, mas retornei no dia 22 de setembro para ver como ele estava após terem colocado fogo em uma de sua laterais. O ataque aconteceu na madrugada de 24 de agosto e foi um manifestação contra a intenção do governo federal em alterar as regras de demarcação das terras indígenas no Brasil. A prefeitura ainda não reparou os estragos. Veja as minhas fotos. fr
 

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