SEJA ÉTICO

SEJA ÉTICO: Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução do conteúdo deste blog com a devida citação de sua fonte.

domingo, 12 de dezembro de 2021

Império britânico perde mais um país: Barbados virou uma República

       Mais um país decidiu deixar de seguir a monarquia britânica, e tornou-se uma República. Barbados celebrou no dia 30 de novembro a proclamação da República, e, assim, trocou de chefe de Estado, que deixou de ser a rainha Elizabeth II, e passou a ser Sandra Mason, de 72 anos, a primeira presidente do país, eleita de forma indireta pelo parlamento em 20 de outubro deste ano. Ela era até então a governadora-geral, representante da rainha, desde 2018.
      Barbados é uma ilha de 432 quilômetros quadrados, com cerca de 290 mil habitantes, localizada no Caribe, e uma república parlamentarista, tendo como chefe de governo a primeira-ministra Mia Mottley, desde 2018. Em 1966, Barbados conseguiu sua independência, após quase 400 anos de domínio britânico, mas manteve a rainha como sua chefe de Estado.
       Ao tomar posse, a nova chefe de Estado destacou a importância da mudança histórica para a soberania do seu país:
       “Tendo uma noção clara de quem somos e do que somos capazes de alcançar, no ano de 2021, viramos agora a proa do nosso navio em direção à nova República. Fazemos isso para que possamos aproveitar completamente a nossa soberania.”
      Barbados junta-se a outras nações que decidiram não ter mais a rainha britânica como sua chefe de Estado. Em 1970, foi a Guiana, antiga Guiana Britânica; em 1976, Trinidad e Tobago; e em 1978, Dominica. Outros países possuem movimentos favoráveis a seguir o exemplo, entre eles a Jamaica.
       A cerimônia da proclamação da República e posse da primeira presidente de Barbados contou com a presença do príncipe Charles, filho mais velho e primeiro na lista de sucessão da rainha Elizabeth II. A primeira-ministra, inclusive, entregou-lhe a mais importante honraria do país, a Ordem da Liberdade. A presença do príncipe de Gales e a premiação provocaram críticas de muitos cidadãos barbadenses, que não as consideraram apropriadas. David Denny, secretário do Movimento Caribenho pela Paz e Integração, afirmou ser um insulto ao povo do seu país:
       “Nenhum membro da família real deveria participar do nosso principal dia de liberdade. A família real beneficiou-se financeiramente da escravidão, e muitos de nossos irmãos e irmãs africanos morreram na batalha pela mudança.”
       Barbados permanece, ainda, integrando a Commonwealth, comunidade criada em 1926, atualmente com 53 países, em sua maioria ex-colônias britânicas. A chefe é justamente a rainha Elizabeth II, que ainda segue sendo chefe de Estado de outros 14 países, entre eles o Canadá, Nova Zelândia, Granada e Jamaica, além, claro, do Reino Unido. Mas ela não manda, necessariamente, nos seus integrantes, cumprindo algumas funções, que variam de acordo com o país, como aprovar a formação de governo e conceder honrarias. fr
Príncipe Charles, presidente Sandra Mason e a primeira-ministra Mia Mottley

Nenhum comentário: