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sábado, 4 de junho de 2022

Estudo aponta que mais de 30 mil mortes pela Covid no Rio de Janeiro poderiam ter sido evitadas se vacinação tivesse iniciado ainda em 2020

     O atraso no início da vacinação contra a Covid no Brasil por conta de o governo ter subestimado a sua gravidade representou milhares de mortes. Estudo do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) divulgou hoje, dia 4, que apenas no estado do Rio de Janeiro mais de 31 mil pessoas poderiam ter sido salvas se o governo tivesse se empenhado em comprar e distribuir as vacinas um mês mais cedo.
     Se a vacinação tivesse iniciado em 20 de dezembro de 2020, e não em 20 de janeiro do ano seguinte, estimam que 31.657 mortes poderiam ter sido impedidas; a margem de erro é 3% para mais ou menos. Os dados utilizados foram os dos casos confirmados, óbitos e vacinação no estado durante o período de 10 de março de 2020 a 27 de outubro de 2021. De acordo com Gustavo Libotte, pesquisador bolsista do LNCC, o descaso do governo federal foi responsável pelas mortes:
     - Mais de 31 mil dos mortos pela Covid de 2021 poderiam estar vivos se a vacina tivesse chegado apenas um mês antes. Parte da nossa sociedade banalizou a violência da pandemia, mas esse é um numero brutal. Não estamos falando de possíveis óbitos, mas de pessoas reais que morreram por má gestão de saúde. Elas poderiam ter sido salvas. A contaminação política e ideológica da saúde mata. A análise matemática dos óbitos, do ritmo de vacinação e da progressão da pandemia deixou isso evidente.
     Vários países deram início à importação e aplicação das vacinas ainda no final do ano de 2020. O presidente Jair Bolsonaro, à época, insistia que “ninguém” no Brasil estava interessado nas vacinas, e o coronavírus teria um impacto reduzido de mortes, como se fosse uma “gripezinha’. A CPI da Covid comprovou que as farmacêuticas internacionais, como a Pfizer, ofereceram as vacinas ao Brasil, mas o governo se recusou a comprá-las em 2020.
     Se apenas no Rio de Janeiro foram mais de 30 mil mortes que poderiam ter sido evitadas, evidentemente esse número é muito superior se levarmos em conta todo o país. “É uma combinação de demora, falta de campanhas e celeridade em vacinar com ignorância, ideologia e desinformação contra as vacinas”, afirma Roberto Medronho, professor titular da UIFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e um dos autores do estudo. Lamentável! fr

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