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sexta-feira, 19 de agosto de 2022

Radicalismo: Justiça condena pai que demitiu a própria filha apenas por ela criticar o presidente da República


       É impressionante como o radicalismo, a ignorância, a estupidez e o fanatismo podem fazer com que o ser humano tome atitudes deploráveis. Um pai foi capaz de demitir a própria filha por ela ter opiniões contra o atual presidente, Jair Bolsonaro, de quem ele é simpatizante. Aconteceu em Macapá, no Amapá. Brunna Letícia, de 29 anos, trabalhava como supervisora em uma empresa em que o pai dela era um dos sócios. Ela postou no perfil dela uma crítica à manifestação de seguidores de Bolsonaro realizada em 7 de setembro do ano passado.
       O pai não gostou e enviou à filha um áudio rebatendo: “Bom dia, Brunna. Antes de ter as suas exposições de ira e deboche em suas posições políticas, lembre de respeitar quem está do outro lado, não se esqueça que eu tenho posições antagônicas.” A moça respondeu que estava apenas exercendo o seu direito a manifestar a sua opinião livremente, em seu próprio perfil. O pai, porém, não aceitou e a demitiu da empresa.
       Brunna diz ter se sentido muito mal com a situação, por ter sido coagida e punida por não ter apagado a publicação, e, mesmo contrariada, decidiu buscar os seus direitos: “Entrei na Justiça com um misto de indignação, tristeza e decepção, porque não queria chegar a esse extremo, não é fácil processar o próprio pai.” Ela entrou na Justiça do Trabalho contra a empresa do pai. A juíza Camila Afonso de Novoa Cavalcanti, do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, deu razão à Brunna, entendendo que a atitude da empresa violou a legislação por promover discriminação por opinião política.
       Ainda segundo a sentença da magistrada, a empresa afrontou o direito à liberdade de manifestação, tendo em vista que a opinião foi publicada no perfil individual da jovem, em uma rede social. A empresa foi condenada a pagar cerca de 124 mil reais em indenização por danos morais, além das custas processuais, mas ainda pode recorrer. Em alguns sites, como o do Terra e o do Metrópolis, o valor da condenação é informado equivocadamente como sendo de 20 mil reais apenas, mas eu consultei o site do TRT e confirmei através da sentença, que é pública.
       Brunna lamenta, mas diz não manter mais relações com o pai: “A gente não tem que manter vínculo com quem não nos respeita, e acaba de certa forma afetando nossa saúde mental. É inaceitável que, nos dias atuais, a gente seja censurada e demitida por não concordar com a opinião política dos outros. Espero que isso motive as pessoas a correrem atrás dos seus direitos e não se silenciem diante de qualquer tipo de assédio. As pessoas que promovem essa e outras violências têm que responder judicialmente pelos seus atos.”
       Minha opinião: Infelizmente, vivemos dias de radicalismos, em que não se respeitam as opiniões dos outros. E desde a eleição de 2018 a situação ficou ainda mais agravada por conta da divisão política entre os simpatizantes de Bolsonaro e do PT. Pessoas trocam ofensas e agressões físicas, até mesmo se matando apenas por terem opiniões opostas, como já ocorreu recentemente. É um absurdo! O povo brigando entre si para defender os políticos. Que maravilha seria o nosso país se os políticos brigassem para defender o povo! Eu tenho as minhas opiniões, mas respeitarei sempre as dos demais, e tem que ser assim sempre! fr

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