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terça-feira, 8 de agosto de 2023

"Eram os Deuses Astronautas?", Erich Von Däniken

“Eram os Deuses Astronautas?”, Erich Von Däniken, tradução de Else Graf Kalmus; 47ª edição, São Paulo, Editora Melhoramentos, 2000, 200 páginas.
    O livro foi lançado em 1968, em uma época em que o mundo estava acompanhando com muito interesse e curiosidade as discussões sobre a possibilidade de existir vida inteligente em outros planetas. Estados Unidos e a antiga União Soviética tinham desenvolvido projetos de exploração do espaço, dando início à corrida espacial. Um ano depois, o estadunidense Neil Armstrong pisou na Lua. O suíço Erih Von Däniken levanta, no livro, a possibilidade de civilizações muito mais adiantadas já terem nos visitados várias vezes e desde o período pré-histórico, transmitindo muito do seu conhecimento. E esses seres teriam desembarcado em naves com equipamentos infinitamente modernos e inimagináveis para os humanos de centenas e até milhares de anos atrás, que os veriam como “deuses”, merecedores de adoração. Os “deuses” teriam descido do céu!
    O autor também cogita a possibilidade de algumas mulheres “especialmente selecionadas” terem sido engravidadas pelos visitantes a fim de gerar “uma nova raça, capaz de saltar alguns degraus da evolução natural e desenvolver-se num estágio superior, sem passar pelas fases intermediárias”. Após a partida desses seres do espaço, os locais onde suas naves desceram foram transformados em lugares sagrados, onde pirâmides e templos foram construídos “de acordo com indicações astronômicas”. E esses acontecimentos extraordinários foram devidamente registrados: “Com martelo e buril cinzelarão grandes pedras, numa tentativa de gravar para a posteridade a visualização dos seres e coisas inacreditáveis que marcaram indelevelmente um curto período de suas vidas”. Assim como a promessa feita pelos “deuses” de retornar um dia. Com a passagem dos anos, guerras “devastam o local em que estiveram os ‘deuses’; e então, surgem gerações muito posteriores que redescobrem e escavam os lugares sagrados e tentam interpretar os sinais encontrados”.
    Na apresentação do livro, o professor e estudioso sobre o assunto Flávio A. Pereira destaca a importância da obra: “Däniken, ao longo dos seus doze capítulos, propõe-nos cerca de 323 interrogações. É o quanto basta para situar a obra no rol dos livros-polêmicas. (...) pertence à categoria das obras especulativas. Ainda não é, nem pretende ser ‘ciência’. Mas é visando ao progresso da Ciência que se atira com entusiasmo às mais arrojadas especulações.” E o professor ainda acrescenta: “Erich Von Däniken, pois, não está sozinho. Não importa que não seja um clássico erudito, um arqueólogo de profissão ou um sábio exegeta bíblico. Estamos diante de um jornalista. Só? Não. De um jornalista honesto, bem informado e, sobretudo, muito inteligente. (audacioso seria redundante falar.)”
    Von Däniken também aponta o problema da superpopulação do planeta Terra: “Já para o ano de 2050, as estatísticas contam com um número demográfico de 8,7 bilhões! Mais 200 anos, e já serão 50 bilhões; consequentemente, pois, 335 seres humanos deverão viver sobre um quilômetro quadrado. Inimaginável!” O livro é de 1968, e o crescimento populacional desde então já superou essas previsões. Em 2022, o planeta chegou já a 8 bilhões de habitantes. O autor defende o controle de natalidade nos países “subdesenvolvidos”: “Infelizmente, não podemos acreditar nesse caminho racional, porque é difícil demolir a muralha dos preconceitos, dos motivos supostamente éticos e das leis religiosas, enquanto aumenta a desgraça da superpopulação. Será mais humano, ou prescrito por Deus, que ano por ano morram de fome milhões de seres humanos, do que impedir essas pobres criaturas de nascer?”
    A solução, segundo Däniken é a colonização de novos planetas:
    “Estamos convencidos de que os homens em algum dia remoto colonizarão Marte e vencerão suas condições climáticas da mesma maneira que o fariam os esquimós se fossem transportados para o Egito. Planetas, alcançados por gigantescas naves cósmicas, serão povoados pelos nossos netos; colonizarão novos mundos como em passado bem recente ocorreu na América e Austrália. Por isso devemos nos dedicar à pesquisa do espaço cósmico! Devemos legar aos nossos netos uma oportunidade de sobrevivência! Cada geração que não cumprir essa tarefa, apressará a entrega da humanidade inteira à morte pela fome.”
    A obra já foi traduzida para diversos idiomas, vendeu mais de 70 milhões de exemplares pelo mundo e deu origem a um programa de televisão, no canal History. No livro, o autor relaciona antigos marcos históricos de complexa tecnologia, incompatível ao período de sua formulação e construção, e que até hoje desafiam a compreensão da humanidade. Entre elas, as pirâmides do Egito e dos incas; o calendário maia; as Linhas de Nazca, no Peru; e as Cabeças da Ilha de Páscoa, no Chile, por exemplo. E relaciona, também, avistamentos de OVNIS (Objetos Voadores Não Identificáveis) pelo mundo, além de criticar o ceticismo e resistência dos cientistas:
    “A identificação de achados já não é problema a ser resolvido apenas pela Arqueologia. Um grupo de cientistas, representando os diferentes campos de pesquisa especializada, certamente poderia levar-nos mais perto da solução desses enigmas. Debates e troca de opiniões fariam surgir pontos de vista elucidantes. O perigo de uma pesquisa, desse tipo, não chegar a conclusões definitivas reside no fato de que os cientistas não levam a sério a proposição de tais indagações, e, pior que isso, as ridicularizam. Viajantes espaciais nas brumas do remoto passado? Isso é tema inadmissível para cientistas das academias. E quem faz perguntas nesse terreno deveria consultar um psiquiatra. Mas as perguntas estão aí. E, graças aos céus, perguntas que têm a impertinente qualidade de permanecer no ar até que sejam respondidas.” fr

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