O Cristo Redentor é uma das principais imagens do Brasil no mundo e o ponto turístico mais visitado no nosso país, recebendo, em média, dois milhões de visitantes anualmente. Inaugurado no dia 12 de outubro de 1931, com a presença do presidente Getúlio Vargas, o monumento faz parte do santuário católico do Cristo Redentor e está localizado no alto do Morro do Corcovado, a 710 metros acima do nível do mar, diante de uma linda vista de parte da cidade do Rio de Janeiro.
Eu vou começar comentando um pouco sobre a minha visita recente ao Cristo Redentor, em setembro deste ano. O dia estava ótimo, com sol, muito calor. O preço que eu paguei pelo ingresso foi de R$ 93,50, sem nenhum desconto, bem caro. Pode-se imaginar o quanto o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão responsável pela cobrança da entrada, deve lucrar apenas com a cobrança de ingressos!
Mesmo com o preço alto, havia muita gente querendo visitar o Cristo Redentor. Antes de embarcar no trem do Corcovado, as pessoas são estimuladas a tirar uma foto à frente de um painel (uma foto ampliada na parede) do Cristo Redentor. Uma dica: é apenas uma foto, você vai tirar quantas quiser lá em cima, portanto, agradeça e siga em frente: a foto custa 50 reais, mais da metade do valor do ingresso! Não tem nenhuma placa informando o preço e no final do passeio as funcionárias vão tentar te vender a foto.
As funcionárias que estavam organizando as filas estavam muito agitadas, estressadas, mais preocupadas em apressar o andamento das filas. Eu comprei o meu ingresso para o horário de 10:40 e teria que aguardar mais de uma hora, mas abriram 18 lugares do horário anterior. Ainda bem! A viagem de trem dura 20 minutos subindo pela Mata Atlântica; ele parou durante alguns minutos, acho que foi para que outro descesse, e, com isso, ambulantes aproveitaram para vender garrafas de água mineral. Os bancos são muito próximos, e é um pouco apertado dentro do vagão. Ao longo do trajeto, o visitante vê residências de pessoas que moram próximo à estação.
No vagão onde eu estava para subir até o Morro do Corcovado, tinha um guia brasileiro acompanhando turistas estrangeiros falando em inglês, e alto, muito chato! Têm pessoas que não percebem que não estão sozinhas, e que precisam ter respeito pelas demais pessoas. Quando a gente chega e desce do trem, pode subir pelas escadaria ou aguardar o elevador.
No dia em que eu fui, vi profissionais escalando a estátua para fazer manutenção, veja as minhas fotos. O passeio ao Cristo Redentor vale pela oportunidade de se conhecer uma das maiores e mais conhecidas estátuas do mundo, além do aspecto religioso e pela linda vista que se tem da cidade.
A estátua é no estilo art déco (abreviatura de artes decorativas), construída em concreto armado e pedra-sabão e tem 1.145 toneladas. Ela tem 30 metros de altura, mais oito do seu pedestal, equivalente a um prédio de 13 andares; os braços têm 28 metros de uma extremidade à outra. Agora, eu vou contar um pouco da História do monumento.
O registro mais antigo da ideia de construção de uma estátua no Morro do Corcovado foi do padre francês Pierre-Marie Boss, capelão do Colégio Imaculada Conceição, em Botafogo, no século 19. A sua intenção era criar na capital do Império um monumento que destacasse a fé cristã. A ideia ficou registrada no prefácio do livro “Imitação de Cristo”, edição de 1903:
“O Corcovado! Lá se ergue o gigante de pedra alcantilado, altaneiro e triste, como interrogando o horizonte imenso… quando virá? Há tantos séculos espero. Sim, aqui está o pedestal único no mundo; quando vem a estátua colossal, imagem de quem me fez? Ai, Brasil amado! Acorda depressa, levanta naquele cume sublime a imagem de Jesus Salvador!”
Anos mais tarde, à época da assinatura da Lei Áurea, abolicionistas sugeriram homenagear a princesa Isabel com sua estátua no topo do Morro do Corcovado. A princesa estava exercendo a sua terceira regência, na ausência do pai, o imperador D. Pedro II, e recusou em 2 de agosto de 1888:
“Manda Sua Alteza a Princesa Imperial Regente em Nome de Sua Magestade o Imperador agradecer a oferta da Commição Organizadora constituída da Sociedade Brazileira de Beneficência de Paris, da Cia. Estrada de Ferro do Cosme Velho ao Corcovado e do Jornal O Paiz, para erguer huma estátua em sua honra pela extinção da escravidão no Brasil, e faz mudar a dita homenagem e o projecto, pelo officio de 22 de julho do corrente anno, por huma estátua do Sagrado Coração de Nosso Senhor Jezus Christo, verdadeiro redentor dos homens, que se fará erguer no alto do morro do Corcovado”.
Já na República, na década de 1920, o arcebispo do Rio de Janeiro, dom Sebastião Leme, tomou à frente da ideia da construção de uma estátua em homenagem a Jesus Cristo no Morro do Corcovado, localização de grande destaque e beleza na cidade. Em 1921, o Círculo Católico do Rio de Janeiro, com a aprovação do arcebispo, passou a realizar estudos sobre a proposta, e organizou um concurso para escolher o projeto a ser utilizado na construção do monumento. O ministro da Fazenda, Homero Baptista, deu a autorização, em junho de 1922, em nome do governo federal.
Foi iniciada, então, uma campanha nacional de arrecadação de dinheiro pelo Círculo Católico do Rio de Janeiro para viabilizar o projeto, mobilizando principalmente os católicos, cujas doações custearam a construção do Cristo Redentor. Em outubro do mesmo ano, foi lançada a pedra fundamental da futura construção. Em 22 de maio de 1923, foi realizada a escolha do projeto da estátua, dentre três projetos submetidos a uma comissão técnica pelos engenheiros responsáveis, que os apresentaram pessoalmente. O vencedor foi o do engenheiro carioca Heitor da Silva Costa, cujo desenho original previa que “a estátua representaria o Redentor tendo ao lado esquerdo a cruz e na mão direita o mundo”.
Apesar de vitorioso, o projeto foi alterado por Heitor da Silva Costa, a pedido do arcebispo dom Sebastião Leme, pois as pessoas associavam o globo terrestre a uma bola de futebol. O pintor italiano Carlos Oswald, professor de gravura e desenho no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro e amigo de Heitor, reconfigurou a estátua, com a imagem de Jesus Cristo com os braços abertos, ou seja, totalmente diferente da proposta inicial. A alteração trouxe maiores dificuldades e encareceu a construção devido à necessidade de estabilidade dos braços, com 28 metros de uma extremidade à outra, que exigiu uma estrutura interna com concreto armado. fr
Atualização (20/4/2024): O rapaz da bilheteria disse que não podia aceitar a minha carteira de funcionário de Escola porque o Cristo Redentor seria um estabelecimento "federal", e a Lei que me concederia os 50% é "estadual". Mentira! O Cristo Redentor está localizado no estado do Rio de Janeiro. Foram desonestos. fr
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