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terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Palácio Tiradentes: sede do Legislativo federal e estadual

        Com o fim da ditadura do Estado Novo, o Palácio Tiradentes voltou a ser a sede da Câmara dos Deputados. Após a mudança da capital para Brasília, em 21 de abril de 1960, passou a ser a sede do Legislativo do estado da Guanabara. Em 1975, quando ocorreu a fusão da Guanabara com o estado do Rio de Janeiro, tornou-se a sede da Assembleia Legislativa do estado do Rio de Janeiro. A Constituição de 1975 e a atual, de 1989, do estado do Rio foram promulgadas no Palácio Tiradentes.
        Agora, vou destacar um pouco da arquitetura do Palácio Tiradentes. Em sua fachada superior, à esquerda de quem está diante do prédio, está a estátua de D. Pedro I, representando a Independência do Brasil, e à direita a do marechal Deodoro da Fonseca, representando a proclamação da República. Entre essas duas estátuas estão outras simbolizando quatro pilares da economia nacional: Agricultura, Comércio, Viação e Indústria. E abaixo, à esquerda da escadaria, a estátua que faz referência à Ordem, e à direita, ao Progresso. Veja a ilustração que eu reproduzo abaixo, publicada pela Câmara dos Deputados, com a identificação.
        No centro, a cúpula do Plenário Barbosa Lima Sobrinho, que, em seu interior, tem um vitral de aproximadamente 120 metros quadrados, e que reproduz o céu no Rio de Janeiro no momento da proclamação da República, às 9:15 do dia 15 de novembro de 1889, feito pelo italiano Cesare Formenti, o primeiro totalmente produzido no Brasil. O jornalista Barbosa Lima Sobrinho foi o paraninfo da minha turma de Jornalismo e eu tive oportunidade de entrevistá-lo algumas vezes, em sua residência em Botafogo e na ABI (Associação Brasileira de Imprensa), onde ele foi presidente durante anos.
     Eram no plenário que os projetos de lei eram discutidos e aprovados; eu tive a oportunidade de assistir algumas sessões, que eram de interesse para minha carreira profissional. Em volta do vitral, estão oito painéis feitos pelos irmãos Rodolpho e Carlos Chambelland, que registram acontecimentos relevantes da História do país, como os referentes ao período monárquico e ao republicano (veja minhas fotos). Por trás da Mesa da Presidência, tem o painel pintado por Eliseu Visconti, que registra, em tamanho natural, os presentes ao Ato de Assinatura da Primeira Constituição republicana, em 1891, reunidos no Palácio de São Cristóvão, atual Museu Nacional.
       Ao centro da imagem, atrás da mesa, está o presidente Prudente de Moraes. Estão representados, também, outras figuras importantes da política nacional, como Barbosa Lima, deputado pelo Ceará e tio de Barbosa Lima Sobrinho, que viria a ter o seu nome no plenário; e Campos Sales, senador por São Paulo e futuro presidente da República de 1898 a 1902. Outros políticos representados: Nilo Peçanha, deputado pelo Rio de Janeiro e futuro presidente da República de 1909 a 1910; Epitácio Pessoa, deputado pela Paraíba e futuro presidente da República de 1919 a 1922; e Ruy Barbosa, senador pela Bahia.
        Em um dos corredores do prédio está exposto o quadro “O Primeiro Capítulo da Nossa História”, de quatro metros de altura, do artista paraibano Aurélio de Figueiredo. A obra mostra o escrivão Pero Vaz de Caminha de pé lendo a carta que foi enviada ao rei D. Manuel I contando a chegada nas “novas terras”. Sentados, estão Pedro Álvares Cabral e Frei Henrique, também em pé está o Mestre João, bacharel em Medicina, físico e astrônomo. O nome da pintura é uma referência justamente a esse relato de Caminha, considerado o primeiro documento oficial escrito da História do Brasil.
      Em mais duas oportunidades o Palácio Tiradentes sediou a Assembleia Nacional Constituinte, de 1934 e 1946. De 1926, com Washington Luís, até 1956, com Juscelino Kubitschek, todos os presidentes da República foram empossados no Palácio Tiradentes, que teve a sua última sessão da Câmara dos Deputados realizada no dia 14 de abril de 1960, uma semana antes da inauguração de Brasília. O Palácio Tiradentes foi tombado em 1993 pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
        Em 21 de julho de 2021, o plenário, os gabinetes dos deputados estaduais e a área administrativa da Alerj foram transferidos para o Edifício Lúcio Costa, que foi a sede do extinto Banerj, na Rua da Ajuda nº 5, não muito longe do antigo endereço. O Palácio Tiradentes atualmente é utilizado para compromissos oficiais, como posses e recebimento de autoridades. Fontes principais que eu pesquisei: Wikipédia; “Muitas memórias no Palácio Tiradentes” de Sandra Machado, Multirio; publicações da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). fr

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