Eu já comentei várias vezes sobre “tradições” que não se justificam, e uma delas é a exploração de animais. No início do mês passado, eu escrevi sobre as touradas que acontecem na Espanha, que já causaram várias mortes. Mas Portugal também têm o costume de maltratar física e psicologicamente os touros para uma “diversão” sem justificativa. Um homem de 51 anos morreu no dia 24 do mês passado na chamada “largada de touros de São Manços’, no concelho de Évora. De acordo com a imprensa portuguesa, ele deixou dois filhos menores de idade.
Uma “largada de touros” consiste um soltar touros bravos em espaços públicos para que as pessoas fujam correndo. Olha só que estupidez! O partido PAN (Pessoas-Animais-Natureza) chegou a exigir ao governo e à Câmara de Évora o fim dessas “largadas”, mas, evidentemente, não conseguiu nada:
“Consultando a página das festas na internet, a autarquia não faz qualquer tipo de advertência para os riscos destas atividades, nem estabelece nenhum limite de idade para participar nestes eventos, que todos os anos provocam vítimas mortais. Pelo contrário, dizem que não se responsabilizam por quaisquer acidentes.”, critica, em comunicado, o PAN.
Uma criança de apenas dez anos foi atingida por um touro em uma “largada à corda” em Coruche, vila do distrito de Santarém, no dia 16 de agosto. Olha só que absurdo! E esse evento, em que se usam os touros para “diversão”, explorando-os física e psicologicamente, era em “homenagem” à Nossa Senhora do Castelo. Completamente sem noção! No dia seguinte, o cavalo de um dos toureiros morreu após um desses “espetáculos”, na Praça de Touros de Coruche.
De 3 a 5 de maio, ocorreu a 20ª edição dos chamados “Sabores do Toiro Bravo”, na Praça de Touros de Coruche, vila do distrito de Santarém. A programação do evento anual tem dança, mostra de artesanato, “degustação de receitas que têm como ingrediente central a carne de toiro bravo, protagonista do evento gastronómico”. O texto entre aspas é da própria divulgação de Coruche.
Eles chamam os touros de “protagonistas”, mas, na verdade, os animais são usados para “divertir” o público em touradas e depois são mortos. Antes, passam por todo tipo de maus-tratos, física e psicologicamente. Chamar os touros de “protagonistas” é uma maneira sarcástica e cruel de referir-se àqueles que são explorados, torturados e executados diante de uma multidão ansiosa por vibrar com o sofrimento dos animais. Aqueles que participam não são “corajosos”, são covardes! É a barbárie!
Em Portugal, existe uma página na internet que combate as touradas. É a “Basta de Touradas”, criada em 2012. Se quiser conhecê-la, basta entrar em https://basta.pt/. fr
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