A Assembleia Geral da ONU aprovou, na quarta-feira passada, dia 30 de outubro, mais uma resolução que condena o bloqueio econômico e financeiro unilateral imposto pelos Estados Unidos a Cuba. É o 32º ano consecutivo que a ONU condena o bloqueio! A votação, mais uma vez, foi praticamente unânime: 187 países dos 192 que fazem parte da ONU votaram contra o bloqueio, ou seja, o mundo em peso, e apenas os próprios Estados Unidos e Israel, o seu aliado no Oriente Médio apoiam o bloqueio; Moldávia absteve-se.
Por mais que a atitude dos Estados Unidos seja condenada esmagadoramente pelo mundo, o bloqueio persiste, até porque a resolução não tem nenhum poder de obriga-los a acabar com ele. É aquela história, manda quem pode, obedece quem tem juízo... Durante a votação na ONU, o representante dos Estados Unidos, Paul Folmsbee, afirmou que o objetivo do seu país é “defender” a democracia e os direitos humanos. Mas, se fosse, realmente, isso, os Estados Unidos não seriam tão próximos de ditaduras como a Arábia Saudita e a China, por exemplo. Historicamente, não teriam apoiado golpes de Estado pelo mundo afora, que levaram ao poder ditaduras cruéis, inclusive a de Pinochet, no Chile, e a ditadura militar no Brasil, para citar apenas dois exemplos.
O bloqueio dos Estados Unidos não atinge apenas as empresas daquele país, mas, também, empresas do mundo inteiro que, no exercício de sua soberania, desejam manter relações comerciais com Cuba, porque elas também são punidas e impedidas de fazer negócios nos estados Unidos. Evidentemente, entre ganhar pouco em um país pequeno como Cuba ou faturar muito mais com a maior superpotência econômica do mundo as empresas escolhem a segunda opção, claro. O ministro das Relações Exteriores de Cuba afirmou na ONU que o bloqueio dos Estados Unidos é criminoso: “O bloqueio contra Cuba é uma guerra econômica, financeira e comercial que se qualifica como genocídio!”. Ele criticou a tática utilizada pelos Estados Unidos para forçar a mudança do governo cubano, substituindo-o por um mais submisso aos seus interesses.
Não existe na História registro de um país suportar uma perseguição como essa por tanto tempo. O bloqueio dos Estados Unidos a Cuba teve início ainda no governo de John Kennedy, na década de 1960!, em plena Guerra Fria. Desde então, o governo cubano estima que o prejuízo à economia do país é de algo em torno de 164,14 BILHÕES DE DÓLARES. O PIB de Cuba era de 107,3 milhões de dólares em 2020, dados mais recentes, portanto, o prejuízo provocado pelo bloqueio representa cerca de 15 vezes o PIB daquele país. Se não fosse o bloqueio, a economia cubana poderia crescer anualmente, o que representaria uma significativa melhoria da qualidade de vida do povo. Mas é esta, justamente, a intenção dos Estados Unidos: asfixiar a economia e insuflar a população para trocar o governo por um submisso aos seus interesses.
Minha opinião: Eu não defendo ditaduras, sejam elas quais forem, de esquerda ou de direita. E não tenho nenhuma simpatia pelo Comunismo, muito pelo contrário. Mas, também, não defendo países imperialistas, que se julgam no direito de mandar e desmandar em outros países soberanos. Acabe-se, logo, com o bloqueio e a perseguição a Cuba! E que Cuba possa viver em paz, com democracia e justiça social, sem ser controlada por nenhuma outra potência, sejam os Estados Unidos ou Rússia, ou quem quer que seja! fr
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