Imigrantes portugueses estão sendo deportados do Luxemburgo por serem considerados um "custo pesado" ao país (o mesmo que fazem em Portugal com os imigrantes de lá!)

De acordo com o que eu li na imprensa de Portugal, os portugueses compõem a maior comunidade estrangeira vivendo no Luxemburgo, um dos menores países da Europa. São mais de 80 mil portugueses ou seus descendentes, o que representa cerca de 15% da população total daquele pequeno país, de apenas 660.809 habitantes, o que é, proporcionalmente, muita coisa. Luxemburgo é o segundo país menos populoso da União Europeia, à frente somente de Malta. E essa presença tem incomodado muitos cidadãos luxemburgueses, que reclamam de uma invasão a seu país. Curiosamente, o mesmo que os portugueses estão fazendo contra os imigrantes que vão a Portugal, com uma população muito maior (10,7 milhões de habitantes), em busca de melhores condições de trabalho e de vida. Desde 2021, mais de 300 estrangeiros provenientes de países da União Europeia já receberam ordens de deportação do governo do Luxemburgo, sendo a maioria de portugueses: 90 imigrantes, ou seja, cerca de um terço do total. O governo do Luxemburgo alega que eles são um “custo pesado” para o país porque não tinham contrato de trabalho e condições de subsistência e viviam às custas de apoios sociais, ou seja, de subsídios, alguns estariam morando na rua. A decisão do governo do Luxemburgo está amparada nas normas da União Europeia, que permite um país membro expulsar pessoas de outras nações pertencentes ao bloco quando elas passem a ser um custo para o seu sistema social. Segundo informações da própria imprensa de Portugal, a comunidade portuguesa é a mais vulnerável à pobreza, com quase metade dela (43,7%) com dificuldades econômicas. Essa constatação é resultado de estatísticas registradas pelo Instituto de Estatística do Luxemburgo referentes ao ano de 2023. Em março deste ano, havia 116 portugueses detidos no Luxemburgo, aguardando deportação, segundo o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário. À época, havia 629 presos naquele país, dos quais 476 eram estrangeiros, a maioria de portugueses. Os portugueses, claro, reclamam do rigor do Luxemburgo, alegando que a deportação rompe com laços formados no país e que acaba com os acessos à Saúde e Educação que tinham. Reconhecem que a deportação é uma medida legal, porém que não seria “justa” porque estaria apenas transferindo o problema social de um país para outro. Reclamam, ainda, que a medida correta por parte do Luxemburgo seria criar “políticas de suporte e de reinserção” dos imigrantes à sociedade. Sério!? Quando os portugueses falam “volta para a tua terra” aos imigrantes que vivem em Portugal, inclusive brasileiros, eles não pensam assim! Quanta incoerência e hipocrisia, não? (Algumas fontes da imprensa portuguesa que eu pesquisei: “SIC Notícias” e jornal “Público”, 13/3/2025, e “Contacto”, de 24/3/2025. Observação: Eu usei as contrações “no” e “do” junto ao nome Luxemburgo por este ser tratado como de gênero masculino.) fr