
O Botafogo tem o controle da concessão do Estádio Nilton Santos desde o ano de sua inauguração, ou seja, desde 2007. O estádio recebeu este nome em homenagem ao melhor lateral esquerdo do mundo no século 20, de acordo com a FIFA. Anteriormente, o estádio tinha o nome do ex-presidente da FIFA, João Havelange, mas diante das várias denúncias de corrupção contra ele e o seu genro, o então presidente da CBF, Ricardo Teixeira, o seu nome foi devidamente retirado, e substituído pelo de Nilton Santos em 2017, portanto, dez anos depois da sua inauguração. Nilton Santos (1925-2013) foi bicampeão mundial pela seleção brasileira nas Copas de 1958 e 1962 e foi o jogador que mais vezes vestiu a gloriosa camisa do Botafogo, foram 723 jogos. Portanto, uma homenagem mais do que merecida e reconhecida por todos que gostam do futebol, independente de qual seja o clube por que torça.
Infelizmente, reparo que o radialista e locutor José Carlos Araújo, da Rádio Tupi, não deve considerar o Nilton Santos merecedor de tal homenagem, já que é um dos poucos locutores, provavelmente o único, que insiste em chamar o estádio pelo horroroso apelido de “Engenhão”. O estádio teria esse apelido pelo fato de ficar localizado no bairro do Engenho de Dentro. É muito ridículo e simplista! Então, de acordo com a lógica desses gênios da comunicação que inventaram o apelido, se o estádio ficasse no bairro do Méier, que fica justamente ao lado do Engenho de Dentro, como eles o chamariam? “Meião”? É evidente que muitos estádios de futebol pelo Brasil não costumam ser chamados pelos seus nomes, a começar pelo principal deles, o Maracanã. Ninguém o chama de Estádio Municipal Jornalista Mário Filho, seu verdadeiro nome, chamam apenas pelo apelido. E o mesmo acontece com outros estádios, muitos deles batizados em homenagem a políticos ou ex-presidentes de clubes. Aliás, costume muito frequente no Brasil esse de homenagear políticos com nomes de ruas, estádios, hospitais etc.
Mas a verdade é que Nilton Santos fez por merecer a homenagem. Ao longo de sua carreira, defendeu a seleção brasileira em quatro Mundiais, os de 1950, no Brasil, ainda como reserva; 1954, na Suíça; 1958, na Suécia; e 1962, no Chile. Foi duas vezes campeão mundial, em 1958 e 1962 como titular absoluto, além de outros importantes títulos conquistados pela seleção e pelo Botafogo. Ficou conhecido como a “Enciclopédia do Futebol” pela sua qualidade técnica. Foi eleito pela FIFA o melhor lateral esquerdo do mundo em todo o século 20! Jogou apenas em um único clube, o Botafogo, e é o jogador que mais vestiu a sua camisa, tendo disputado 723 jogos pelo Glorioso.
Diante de tudo isso, não é justificável alguém se recusar a chamar o estádio pelo nome do Nilton Santos, um estádio que está sob a concessão do Botafogo há quase 20 anos, portanto, desde a sua inauguração. É uma atitude pequena a de José Carlos Araújo. É um desrespeito a tudo que o Nilton Santos representa não apenas para o Botafogo e para a seleção brasileira, mas para a História do futebol mundial! É, também, falta de respeito com o Botafogo e com a sua enorme torcida espelhada por todo o Brasil e pelo mundo. E falta de consideração com a memória do Nilton Santos e com a sua família, que deve ficar entristecida toda a vez que ouve alguém preferir pronunciar o apelido do estádio, ao invés do nome do pai e do avô. fr
Nenhum comentário:
Postar um comentário