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segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Família doa acervo de Lúcio Costa a Portugal

       O extenso material produzido ao longo de sua carreira pelo arquiteto e urbanista brasileiro Lúcio Costa, autor do Projeto Piloto de Brasília, foi doado por sua família à Casa da Arquitectura do Centro Português de Arquitectura, que tem sede em Matosinhos, norte daquele país. São aproximadamente 11 mil documentos produzidos entre os anos de 1910 e 1998, ano em que Lúcio Costa morreu, aos 96 anos de idade.
       Entre os documentos estão diversos croquis de projetos, mapas, plantas, fotografias, filmes de 16 milímetros e desenhos (incluídos os do projeto do Plano Piloto da capital brasileira). O acervo inclui também a correspondência mantida pelo arquiteto com vários profissionais da arquitetura mundial, como Oscar Niemeyer e Le Corbusier.
       Todo o material esteve guardado no Instituto Tom Jobim, no Rio de Janeiro, durante 20 anos, porém, de acordo com os familiares de Lúcio Costa a entidade lhes comunicou em 2019 que passaria por uma reestruturação, e o seguro do material ficaria muito dispendioso. Julieta Sobral, neta do arquiteto, acrescentou que a mudança também se deveu pela capacidade técnica que a Casa de Arquitectura dispõe para armazenar o material:

       "Eles tem espaço, tem condições de temperatura e de umidade perfeitos. Tem equipamentos de digitalização extraordinários e tem verba e interesse para promover o pensamento do Lucio. Então, assim, tudo vai ser muito difundido e não vai ficar fora de acesso nenhum dia", conta Julieta Sobral.
       A neta de Lúcio Costa acrescenta, ainda, que o extenso acervo do avô não estava acessível ao público no Instituto Tom Jobim há muitos anos, o que, por si só, já justificaria a mudança. A Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) do Distrito Federal, no entanto, lamenta não ter tido conhecimento antes da mudança, afirmando que a capital federal teria condições de preservar o material.
       O gestor da secretaria, Bartolomeu Rodrigues, remeteu um ofício ao Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) solicitando esclarecimentos se o acervo doado é tombado. A intenção é manter no Brasil pelo menos os documentos relativos à construção de Brasília. fr

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