Uma enorme besteira fez uma “torcedora” durante a primeira etapa do tradicional Tour de France, em Brest Landerneau, no sábado passado, dia 26. Apenas preocupada em aparecer nas imagens da transmissão de TV, ela se posicionou de costas para os ciclistas, segurando um cartaz, e causou um acidente gravíssimo, logo após a largada. Um ciclista atingiu a moça, perdendo o equilíbrio e atingindo o ciclista ao lado, e, assim, vários outros foram derrubados. Alguns ciclistas acabaram por não poder retornar à corrida devido aos ferimentos, sendo bastante prejudicados, claro. O vencedor foi Julian Alaphilippe. No cartaz que a infeliz da mulher segurava estava escrito “Allez opi-omi”, uma mistura de francês e alemão, podendo ser traduzido para “Vai vovô”. A “torcedora” fugiu do local, mas, diante da repercussão e sabendo estar sendo procurada pela polícia, entregou-se hoje em uma delegacia. A mulher é francesa e tem 30 anos, e responderá a um processo, podendo ser condenada à prisão e também ao pagamento de uma multa. Os organizadores do Tour de France lamentaram o ocorrido e pediram aos torcedores que desejam acompanhar de perto as etapas que se comportem. fr
SEJA ÉTICO
quarta-feira, 30 de junho de 2021
terça-feira, 29 de junho de 2021
Dica de filme: "Sétimo"
segunda-feira, 28 de junho de 2021
Eu brinquei com as antigas fichas dos ônibus 👦
Eu ainda era bem criança e lembro das antigas fichas usadas para andar nos ônibus do Rio de Janeiro. Na realidade, eu não cheguei a usá-las porque era muito novo, mas me lembro delas porque, como criança, gostava de brincar com elas. Pesquisando na internet, vejo que elas foram de diferentes materiais ao longo das décadas: ferro, acrílico e plástico. A pessoa entrava pela porta da frente do ônibus e dizia ao trocador aonde ia, ou seja, onde iria descer, e pagava pelo trajeto, recebendo uma ficha com a cor correspondente. Quanto mais distante, mais caro. Ao descer, era para colocar a ficha em uma caixa, mas muita gente não devolvia, seja por esquecer ou para dar para os filhos brincarem. Em alguns locais, entravam os fiscais para verificar se os passageiros estavam com as fichas. Com o tempo, elas foram substituídas por fichas em papel, e, depois, esta forma de controle também acabou, provavelmente no início da década de 1980, sendo aceito apenas dinheiro, e, muito depois, o atual cartão de débito. Em algumas páginas de vendas na internet, eu vi anúncios de pessoas vendendo essas fichas como raridades. Em uma delas, 30 fichas estavam sendo vendidas por 299 reais, só não sei se chegaram a vender por esse preço, acredito que não, porque está bem caro. Eu me lembro dessas fichas coloridas, qual a criança que não iria gostar de brincar com elas? fr


domingo, 27 de junho de 2021
Mais um mundial para o Brasil: campeão da Liga das Nações
O Brasil conquistou, hoje, o título da Liga das Nações de Vôlei Masculino, ao vencer a Polônia, por 3x1 (22x25, 25x23, 25x16, 25x14). A Liga das Nações foi criada em 2018, substituindo a Liga Mundial, e esta é a terceira edição da competição, tendo sido vencida pela Rússia nos anos de 2018 e 2019; ano passado não foi disputada devido à pandemia de coronavírus. A Liga Mundial foi disputada de 1990 a 2017, em 27 edições e o Brasil dominou, tendo sido campeão nove vezes. Na disputa do terceiro lugar, a França venceu a Eslovênia por 3x0, e ficou com a medalha de bronze. A campanha vitoriosa do Brasil na Liga das Nações: 3x0 Argentina, 3x0 EUA, 3x1 Canadá, 0x3 França, 3x0 Japão, 3x1 Sérvia, 3x0 Países Baixos, 3x0 Bulgária, 3x0 Polônia, 3x2 Eslovênia, 3x1 Irã, 3x0 Austrália, 3x1 Itália, 3x0 Alemanha, 3x0 Rússia, 3x0 França e 3x1 Polônia. fr

sábado, 26 de junho de 2021
Arbitragem comete erro absurdo e não valida gol de empate do Botafogo
O Botafogo foi prejudicado mais uma vez pelas arbitragens ruins. Hoje, perdeu para o Sampaio Corrêa por 2x0 no Estádio Castelão, em São Luís, no Maranhão. O árbitro Jean Pierre Gonçalves Lima não validou um gol legítimo de Ronald, aos 11 minutos do segundo tempo, em que a bola entrou (e muito!). Veja o lance, abaixo. Seria o gol de empate! Na sequência, a bola foi jogada para escanteio. O bandeirinha deveria ter assinalado, até porque tinha a visão limpa. Uma vergonha! Na Segunda Divisão, não há a utilização do VAR, ou seja, o auxílio das imagens da televisão para dirimir dúvidas. Mas deveria ter! Com o empate, o jogo teria mudado totalmente, e o Botafogo teria mais tranquilidade para fazer o segundo. Perdendo, claro, o time foi obrigado a se lançar mais ao ataque, o que facilitou o adversário. Esta foi a primeira vez na história que o Sampaio Corrêa venceu o Botafogo (e com ajuda da arbitragem). Mas não foi a primeira vez no campeonato que o Botafogo foi prejudicado por erros de arbitragem. No final, ninguém vai querer saber disso, o que conta é o resultado. Uma vergonha! fr
sexta-feira, 25 de junho de 2021
quinta-feira, 24 de junho de 2021
quarta-feira, 23 de junho de 2021
O ateu
Um ateu estava passeando em um bosque, admirando tudo o que aquele "acidente da evolução" havia criado.
- Mas que árvores majestosas! Que
poderosos rios! Que belos animais! – lá ia ele dizendo.
À medida que caminhava ao longo do rio, ouvia um ruído nos arbustos atrás de
si.
Ele virou-se para olhar. Foi então que viu um corpulento urso-pardo caminhando
em sua direção. Logo disparou a correr mais rápido que podia. Olhou por cima do
ombro e reparou que o urso estava demasiado próximo. Aumentou a velocidade! Era
tanto o seu medo que lágrimas lhe vieram aos olhos. Foi então que tropeçou e
caiu desamparado. Rolou no chão
rapidamente e tentou levantar-se. Só que o urso já estava sobre si, procurando
pegá-lo com a sua forte pata esquerda e, com a outra pata, tentando
agredi-lo ferozmente.
Nesse preciso momento, o ateu clamou: - Oh meu Deus!.
Então o tempo parou. O urso ficou sem reação. O bosque mergulhou
- Tu negaste a minha existência
durante todos estes anos, ensinaste a outros que Eu não existia, e reduziste a
criação a um acidente cósmico. Esperas que Eu te ajude a sair desse
apuro? Devo Eu esperar que tenhas fé em Mim ?"
O ateu olhou diretamente para a luz e disse:
- Seria, de fato, hipócrita da minha parte, pedir que, de repente, me
passes a tratar como um cristão! Mas, talvez... possas tornar o urso
cristão!?!?
- Muito bem! - disse a voz.
A luz foi embora. O rio voltou a
correr. E os sons da floresta voltaram. E, então, o urso
recolheu as patas, fez uma pausa, abaixou a cabeça e falou:
- Senhor, abençoe este alimento que agora vou comer. Amém!
☺☺☺☺☺☺☺☺☺☺☺☺☺☺☺☺☺☺☺☺☺☺☺☺
terça-feira, 22 de junho de 2021
segunda-feira, 21 de junho de 2021
domingo, 20 de junho de 2021
Estátua de Jaiminho, o carteiro
sábado, 19 de junho de 2021
sexta-feira, 18 de junho de 2021
Russo é preso tentando contrabandear animais silvestres do Brasil
Os países mais ricos ficaram ricos às custas das riquezas dos países que se mantiveram pobres. Esta é uma triste realidade. Hoje, um biólogo russo foi preso pela Polícia Rodoviária Federal na rodovia BR-116, altura do município de Seropédica, no Rio de Janeiro, acusado de crime de biopirataria, ou seja tráfico de animais silvestres, com cerca de 200 animais vivos em sua bagagem de mão. Ele estava sem o seu passaporte, que já tinha sido retido pela Polícia Federal de São Paulo no início do ano. Os animais eram para ser levados para a Rússia para pesquisa: 50 aracnídeos de espécies variadas, 80 besouros, 25 sapos e 20 lagartos. O mercado ilegal de venda de animais silvestres rende milhões de dólares por ano, e institutos de pesquisa espalhados pelo mundo pagam muito a esses criminosos para contrabandear os animais. O russo foi encaminhado para a Polícia Federal do Rio, mas pagou fiança e responderá em liberdade; os animais a CETAS (Centro de Triagem de Animais Silvestres). Esse criminoso não parece muito preocupado, já que é a sua segunda prisão apenas este ano. O Brasil é considerado o país com maior diversidade de flora e fauna do mundo, o que atrai a cobiça internacional. Animais e plantas são contrabandeados para países da Europa e Ásia, Estados Unidos, Rússia, entre outros, onde serão estudados para dar origem a uma série de produtos, como remédios e alimentos. Depois, esses produtos são registrados no exterior, e o Brasil é obrigado a pagar muito caro para importá-los. fr
quinta-feira, 17 de junho de 2021
Os brinquedos (e a realidade) de antigamente eram bem diferentes!
Quando eu era criança, brinquei com um revólver de brinquedo como esse da foto, acima. Eram outros tempos, claro. Hoje em dia, a violência real é muito maior no país, infelizmente, e nem se vendem mais armas de brinquedos para crianças. Mas eu e milhares de crianças brincamos com revólveres de brinquedo e crescemos conscientes e sabendo que brincadeira é uma coisa, realidade é outra, muito diferente. fr
quarta-feira, 16 de junho de 2021
Quase 1000 pessoas foram vacinadas com lote fora da validade... nos EUA 😱😱😱
Leio na imprensa, hoje, que 899 pessoas foram vacinadas com doses contra Covid vencidas... na Times Square, em Nova Iorque, Estados Unidos. A vacinação ocorreu entre os dias 5 e 10 deste mês, no antigo prédio da NFL Experience, mas o lote das doses da vacina Pfizer estavam fora da validade, o que não foi verificado pelos responsáveis. Agora, todos as pessoas vacinadas estão sendo avisados pelos dados que informaram, seja telefone ou email, para agendar nova aplicação da vacina. Que situação absurda! Será que vão conseguir fazer contato com todos? Será que alguns não vão ficar dias e dias acreditando já ter sido vacinados? A empresa responsável pela vacinação, a ATC Vaccination, pelo menos tentou tranquilizar as pessoas, em nota, quanto a possíveis riscos de receberem doses fora da validade: “Pedimos desculpas pela inconveniência para aqueles que receberam o lote da vacina em questão e queremos que as pessoas, antes de mais nada, saibam que fomos informados de que não há perigo com a vacina que receberam.” E isso aconteceu nos Estados Unidos, exemplo de organização e seriedade, imaginem... fr
terça-feira, 15 de junho de 2021
Recebi a primeira dose contra a Covid hoje! 😷😃
Hoje, pela manhã, fui a uma Clínica de Saúde próxima à minha residência e recebi a vacina contra a Covid-2019. A vacina aplicada foi a da Pfizer/BionTech. Até o momento em que escrevo, pouco após as oito da noite, não tenho sentido grandes reações. Posso dizer que sinto apenas uma dor no local, no braço direito, onde foi aplicada a vacina, mas nada muito forte. No momento em que a enfermeira aplicou a vacina eu senti uma dor e uma queimação de imediato, e acredito que tenha sido pela maneira que ela aplicou, talvez tenha atingido um músculo, não sei. Senti ao longo do dia também uma pequena dor de cabeça, que passou após tomar um analgésico, mas também não sei se foi uma reação à vacina, porque hoje eu já tinha acordado com dor de cabeça, que tinha passado também com um analgésico. Enfim, até o momento, não tenho passado por fortes reações, e espero que continue assim. A minha surpresa é que a vacina da Pfizer tem um prazo de quase três meses de intervalo para a segunda dose, assim como a vacina da AstraZeneca. Eu acreditava que seria de apenas um mês, como a da Coronavac. Eu li na internet que o prazo recomendado pela Pfizer é mesmo de 21 dias de uma dose para outra, mas o Ministério da Saúde do Brasil ampliou esse tempo. fr

segunda-feira, 14 de junho de 2021
"Cem anos de solidão", Gabriel García Márquez
domingo, 13 de junho de 2021
Loco Abreu encerra carreira, e eu lembro o gol do título do Botafogo de 2010 😊
O atacante uruguaio Loco Abreu encerrou a carreira de jogador na sexta-feira, dia 11, jogando pelo Sud America, da segunda divisão do campeonato do Uruguai. No jogo, o seu time perdeu por 5x0 para o Liverpool, e ele entrou aos 30 minutos do segundo tempo. Agora, seguirá como treinador. Experiência não lhe falta. Aos 44 anos, Loco Abreu jogou pela seleção uruguaia e em mais de 30 clubes, em onze países (Uruguai, Espanha, México, Argentina, Grécia, Israel, Brasil, Equador, El Salvador, Paraguai e Chile). Entre os títulos conquistados por ele, estão a Copa América de 2011, pelo Uruguai, e dois campeonatos nacionais pelo Nacional de seu país, em 2001 e 2005. Mas, para nós, botafoguenses, o título mais importante que ele conquistou foi o Campeonato do Rio de Janeiro de 2010. Naquele ano, o Botafogo foi campeão da Taça Guanabara e campeão da Taça Rio, na final em que o Loco Abreu fez o gol da vitória de 2x1 sobre o Flamengo, gol de pênalti e de “cavadinha”, em cima do goleiro Bruno. Sensacional! Assista ao vídeo. fr
sexta-feira, 11 de junho de 2021
quinta-feira, 10 de junho de 2021
Frases interessantes da internet
Frases interessantes da internet, sem autoria informada:
76. “Não precisamos dar satisfações para quem não paga nossas contas.”
77. “Na vida tudo passa, mas nem tudo é esquecido.”
78. “Às vezes, nem somos capazes de reconhecer o valor de um amigo, de uma
pessoa da família, ou simplesmente de alguém que nos quer bem, pelo fato de
termos nos acostumado com elas.”
79. “O mundo está nas mãos daqueles que têm coragem de sonhar, e correr o risco de viver os seus sonhos.”
80. “O medo nos afasta das
derrotas, mas das vitórias também.”
quarta-feira, 9 de junho de 2021
Brasil vence o sexto jogo e segue líder invicto das eliminatórias para Mundial do Catar
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terça-feira, 8 de junho de 2021
Frases: Érico Veríssimo
segunda-feira, 7 de junho de 2021
Tradicional Roxy é mais um cinema de rua a fechar no Rio de Janeiro
Leio, agora à noite, na imprensa, que o tradicional cinema Roxy, em Copacabana, fechado há meses devido à pandemia do coronavírus, não reabrirá mais, e o prédio, tombado, está à venda, por 30 milhões de reais. Fundado em 3 de setembro de 1938, o Roxy é um dos poucos cinemas de rua que ainda existem na cidade do Rio de Janeiro, e no Brasil. Eu já fui várias vezes assistir a filmes no Roxy, e lamento muito seu fechamento, torço que não se concretize. Infelizmente, os cinemas de rua que fecharam foram transformados em farmácias e em igrejas evangélicas, nada contra, mas precisamos, também, de cinemas, de cultura. fr
domingo, 6 de junho de 2021
Dica de filme: "Diamante de sangue"
sábado, 5 de junho de 2021
Brasil vence Equador e chega à quinta vitória em cinco jogos pelas eliminatórias do Mundial do Catar
BRASIL 2 x 0 EQUADOR
Data-Hora: 04-06-21 - 21h30
Estádio: Beira-Rio, em Porto Alegre (RS)
Árbitro: Alexis Herrera (VEN)
Assistentes: Carlos López (VEN) e Jorge Urrego (VEN).
VAR: Christian Garay (CHL)
Cartões amarelos: Fred, Éder Militão (BRA), Ángelo Preciado, Valencia, Ayrton Preciado, Domínguez (EQU)
Gols: Richarlison, 19/2T (1-0), Neymar, 48, 2T (2-0)
BRASIL: Alisson; Danilo, Marquinhos, Éder Militão e Alex Sandro; Casemiro, Fred (Gabriel Jesus, 16/2T) e Lucas Paquetá; Neymar, Richarlison (Fabinho, 45/2T) e Gabigol (Roberto Firmino, 30/2T). Técnico: Tite
EQUADOR: DomÍnguez; Ángelo Preciado (Fidel Martínez, 24/2T), Arboleda, Arreaga e Estupinán; Gruezo, Alan Franco, Méndez (Estrada, 38/2T); Mena (Cazares, 38/2T) e Ayrton Preciado; Valencia (Jordy Caicedo, 38/2T). Técnico: Gustavo Alfaro
(Fonte: Lance!)
sexta-feira, 4 de junho de 2021
Artista italiano vende obra invisível por quase 100 mil reais
Mais uma que prova que não é só aqui, no Brasil, que as coisas mais absurdas e inacreditáveis acontecem, do tipo “isso só acontece no Brasil!”. O artista plástico italiano Salvatore Garau vendeu, em um leilão, uma obra por 15 mil euros ( o correspondente a 92.497,50 reais, na cotação de hoje, dia 5), batizada de ‘Lo solo’ (‘Eu sou’). Não seria nada demais, se a “obra de arte” não fosse invisível! Isso mesmo, ela não existe, ninguém a vê, ninguém pode tocá-la! O comprador receberá um certificado assinado pelo artista, que já expos suas obras, essas, sim, visíveis, em museus italianos. Ele chega a recomendar que a sua ‘Lo solo’ deve ser “exposta” em local “livre de qualquer obstrução, em espaço com 1,5 metro de altura por 1,5 metro de largura”. Sensacional! Realmente, tem gente para tudo nesse mundo. Inclusive para comprar uma obra que ninguém poderá ver! fr

quinta-feira, 3 de junho de 2021
"A carteira" (Machado de Assis)
Conto publicado em 1884, no jornal “A Estação”, do Rio de Janeiro.
A Carteira
Machado de Assis
DE REPENTE, Honório olhou para o chão e viu uma carteira. Abaixar-se, apanhá-la e guardá-la foi obra de alguns instantes. Ninguém o viu, salvo um homem que estava à porta de uma loja, e que, sem o conhecer, lhe disse rindo:
-- Olhe, se não dá por ela; perdia-a de uma vez.
-- É verdade, concordou Honório envergonhado.
Para avaliar a oportunidade desta carteira, é preciso saber que Honório tem de pagar amanhã uma dívida, quatrocentos e tantos mil-réis, e a carteira trazia o bojo recheado. A dívida não parece grande para um homem da posição de Honório, que advoga; mas todas as quantias são grandes ou pequenas, segundo as circunstâncias, e as dele não podiam ser piores. Gastos de família excessivos, a princípio por servir a parentes, e depois por agradar à mulher, que vivia aborrecida da solidão; baile daqui, jantar dali, chapéus, leques, tanta cousa mais, que não havia remédio senão ir descontando o futuro. Endividou-se. Começou pelas contas de lojas e armazéns; passou aos empréstimos, duzentos a um, trezentos a outro, quinhentos a outro, e tudo a crescer, e os bailes a darem-se, e os jantares a comerem-se, um turbilhão perpétuo, uma voragem.
-- Tu agora vais bem, não? dizia-lhe ultimamente o Gustavo C..., advogado e familiar da casa.
-- Agora vou, mentiu o Honório.
A verdade é que ia mal. Poucas causas, de pequena monta, e constituintes remissos; por desgraça perdera ultimamente um processo, cm que fundara grandes esperanças. Não só recebeu pouco, mas até parece que ele lhe tirou alguma cousa à reputação jurídica; em todo caso, andavam mofinas nos jornais.
D. Amélia não sabia nada; ele não contava nada à mulher, bons ou maus negócios. Não contava nada a ninguém. Fingia-se tão alegre como se nadasse em um mar de prosperidades. Quando o Gustavo, que ia todas as noites à casa dele, dizia uma ou duas pilhérias, ele respondia com três e quatro; e depois ia ouvir os trechos de música alemã, que D. Amélia tocava muito bem ao piano, e que o Gustavo escutava com indizível prazer, ou jogavam cartas, ou simplesmente falavam de política.
Um dia, a mulher foi achá-lo dando muitos beijos à filha, criança de quatro anos, e viu-lhe os olhos molhados; ficou espantada, e perguntou-lhe o que era.
-- Nada, nada.
Compreende-se que era o medo do futuro e o horror da miséria. Mas as esperanças voltavam com facilidade. A idéia de que os dias melhores tinham de vir dava-lhe conforto para a luta. Estava com, trinta e quatro anos; era o princípio da carreira: todos os princípios são difíceis. E toca a trabalhar, a esperar, a gastar, pedir fiado ou: emprestado, para pagar mal, e a más horas.
A dívida urgente de hoje são uns malditos quatrocentos e tantos mil-réis de carros. Nunca demorou tanto a conta, nem ela cresceu tanto, como agora; e, a rigor, o credor não lhe punha a faca aos peitos; mas disse-lhe hoje uma palavra azeda, com um gesto mau, e Honório quer pagar-lhe hoje mesmo. Eram cinco horas da tarde. Tinha-se lembrado de ir a um agiota, mas voltou sem ousar pedir nada. Ao enfiar pela Rua. da Assembléia é que viu a carteira no chão, apanhou-a, meteu no bolso, e foi andando.
Durante os primeiros minutos, Honório não pensou nada; foi andando, andando, andando, até o Largo da Carioca. No Largo parou alguns instantes, -- enfiou depois pela Rua da Carioca, mas voltou logo, e entrou na Rua Uruguaiana. Sem saber como, achou-se daí a pouco no Largo de S. Francisco de Paula; e ainda, sem saber como, entrou em um Café. Pediu alguma cousa e encostou-se à parede, olhando para fora. Tinha medo de abrir a carteira; podia não achar nada, apenas papéis e sem valor para ele. Ao mesmo tempo, e esta era a causa principal das reflexões, a consciência perguntava-lhe se podia utilizar-se do dinheiro que achasse. Não lhe perguntava com o ar de quem não sabe, mas antes com uma expressão irônica e de censura. Podia lançar mão do dinheiro, e ir pagar com ele a dívida? Eis o ponto. A consciência acabou por lhe dizer que não podia, que devia levar a carteira à polícia, ou anunciá-la; mas tão depressa acabava de lhe dizer isto, vinham os apuros da ocasião, e puxavam por ele, e convidavam-no a ir pagar a cocheira. Chegavam mesmo a dizer-lhe que, se fosse ele que a tivesse perdido, ninguém iria entregar-lha; insinuação que lhe deu ânimo.
Tudo isso antes de abrir a carteira. Tirou-a do bolso, finalmente, mas com medo, quase às escondidas; abriu-a, e ficou trêmulo. Tinha dinheiro, muito dinheiro; não contou, mas viu duas notas de duzentos mil-réis, algumas de cinqüenta e vinte; calculou uns setecentos milréis ou mais; quando menos, seiscentos. Era a dívida paga; eram menos algumas despesas urgentes. Honório teve tentações de fechar os olhos, correr à cocheira, pagar, e, depois de paga a dívida, adeus; reconciliar-se-ia consigo. Fechou a carteira, e com medo de a perder, tornou a guardá-la.
Mas daí a pouco tirou-a outra vez, e abriu-a, com vontade de contar o dinheiro. Contar para quê? era dele? Afinal venceu-se e contou: eram setecentos e trinta mil-réis. Honório teve um calafrio. Ninguém viu, ninguém soube; podia ser um lance da fortuna, a sua boa sorte, um anjo... Honório teve pena de não crer nos anjos... Mas por que não havia de crer neles? E voltava ao dinheiro, olhava, passava-o pelas mãos; depois, resolvia o contrário, não usar do acha- do, restituí-lo. Restituí-lo a quem? Tratou de ver se havia na carteira algum sinal.
"Se houver um nome, uma indicação qualquer, não posso utilizar- me do dinheiro," pensou ele.
Esquadrinhou os bolsos da carteira. Achou cartas, que não abriu, bilhetinhos dobrados, que não leu, e por fim um cartão de visita; leu o nome; era do Gustavo. Mas então, a carteira?... Examinou-a por fora, e pareceu-lhe efetivamente do amigo. Voltou ao interior; achou mais dous cartões, mais três, mais cinco. Não havia duvidar; era dele.
A descoberta entristeceu-o. Não podia ficar com o dinheiro, sem praticar um ato ilícito, e, naquele caso, doloroso ao seu coração porque era em dano de um amigo. Todo o castelo levantado esboroou-se como se fosse de cartas. Bebeu a última gota de café, sem reparar que estava frio. Saiu, e só então reparou que era quase noite. Caminhou para casa. Parece que a necessidade ainda lhe deu uns dous empurrões, mas ele resistiu.
"Paciência, disse ele consigo; verei amanhã o que posso fazer."
Chegando a casa, já ali achou o Gustavo, um pouco preocupado e a própria D. Amélia o parecia também. Entrou rindo, e perguntou ao amigo se lhe faltava alguma cousa.
-- Nada.
-- Nada?
-- Por quê?
-- Mete a mão no bolso; não te falta nada?
-- Falta-me a carteira, disse o Gustavo sem meter a mão no bolso. Sabes se alguém a achou? -- Achei-a eu, disse Honório entregando-lha.
Gustavo pegou dela precipitadamente, e olhou desconfiado para o amigo. Esse olhar foi para Honório como um golpe de estilete; depois de tanta luta com a necessidade, era um triste prêmio. Sorriu amargamente; e, como o outro lhe perguntasse onde a achara, deu-lhe as explicações precisas.
-- Mas conheceste-a?
-- Não; achei os teus bilhetes de visita.
Honório deu duas voltas, e foi mudar de toilette para o jantar. Então Gustavo sacou novamente a carteira, abriu-a, foi a um dos bolsos, tirou um dos bilhetinhos, que o outro não quis abrir nem ler, e estendeu-o a D. Amélia, que, ansiosa e trêmula, rasgou-o em trinta mil pedaços: era um bilhetinho de amor.
(Créditos: domínio público.gov.br)