Segunda fase, grupo
B:
14/6/1978: Brasil 3x0
Peru – Estádio Ciudad de Mendoza, Mendoza
Foi o jogo mais equilibrado e de
melhor qualidade do Brasil até o momento, principalmente o primeiro tempo. O
primeiro gol brasileiro saiu aos 14 minutos do primeiro tempo, um golaço de
falta, cobrada por Dirceu. Treze minutos
depois, o mesmo Dirceu fez o segundo, chutando de fora da área, e contando com
a falha do goleiro peruano, Ramón Quiroga.
Zico somente entrou aos 25 minutos do
segundo tempo, no lugar de Gil; até então no banco de reservas apareceu na
trasmissão filmando o jogo. Um minuto depois, Roberto Dinamite foi puxado pela
camisa e derrubado dentro da área. O próprio Zico cobrou e fez o seu primeiro
gol em Mundiais. Na Copa do Mundo de 1986, no México, Zico viria a perder um
pênalti contra a França, após também entrar no jogo pouco antes da cobrança, e
o Brasil acabou eliminado na cobrança na marca dos pênaltis.
A seleção brasileira não exibiu muita
qualidade técnica, mas muita disposição e forte marcação. Este foi também o
jogo em que o goleiro Leão foi mais exigido, ao contrário dos anteriores. O
goleiro peruano jogou com o calção branco, da mesma cor dos seus companheiros.
No outro jogo do grupo B, disputado no mesmo dia, a Argentina venceu a Polônia
por 2x0. fr
Escalação: Leão, Toninho, Oscar, Amaral, Toninho Cerezo
(Chicão), Dirceu, Rodrigues Neto, Batista, Gil (Zico), Jorge Mendonça e Roberto
Dinamite.
18/6/1978: Brasil 0x0
Argentina – Estádio Gigante de Arroyito, Rosário
Os jogadores argentinos jogaram
com o uniforme tradicional com os calções e meiões pretos, da mesma cor do
uniforme do árbitro, todo de preto, o que não deveria ocorrer. Acho que naquela
época os árbitros ficavam mais restritos a cor preta nos uniformes. Logo no início
do jogo, aos 10 segundos, Batista levou um chute de Luque, sem bola, mas o
árbitro nem marcou a falta; faltou-lhe coragem para dar o cartão vermelho. Muito
papel em campo, principalmente na área do gol defendido pelo goleiro brasileiro,
como de costume nos jogos da Argentina. Aos nove minutos, Batista derrubou
Kempes, e Gil chutou a bola em cima do argentino; o árbitro não deu o amarelo.
Dois minutos depois, foi a vez de Toninho pegar o tornozelo de Ortiz, e também
não receber amarelo. Aos 28 minutos, mais uma falta para amarelo que o árbitro
não deu: Gil em Ardiles. Aos 40 minutos, Gil entrou de sola em um argentino,
era para cartão vermelho, mas o árbitro somente marcou a falta. O árbitro húngaro Karolai Palotai foi
muito condescendente no aspecto disciplinar, e somente deu o primeiro amarelo
aos 44 minutos do primeiro tempo, após falta feia de Chicão em Kempes. Um jogo
com pouco futebol e muitas faltas duras de ambos os lados. As poucas
oportunidades criadas foram desperdiçadas: no primeiro tempo, Gil, aos 16
minutos, de frente com Fillol; Ortiz, aos 36 minutos, também de cara com Leão;
e no segundo tempo, Rodrigues Neto chutando para a defesa do goleiro argentino,
cara a cara. fr
Escalação: Leão, Toninho, Oscar, Amaral, Rodrigues Neto
(Edinho), Batista, Chicão, Dirceu, Gil, Roberto Dinamite e Jorge Mendonça
(Zico).
21/6/1978: Brasil 3x1 Polônia – Estádio Ciudad de
Mendoza, Mendoza
Zico começou jogando, mas logo em
seu primeiro ataque, aos dois minutos do primeiro tempo, ficou sentindo após um
choque com um adversário. Saiu cinco minutos depois, sendo substituído por
Jorge Mendonça. Aos quatro minutos, o árbitro errou contra o Brasil ao marcar
impedimento em um ataque brasileiro de grande perigo. Aos 13 minutos, mesmo sem
estar bem no jogo, a seleção brasileira fez o seu primeiro gol. Após Gil ser
derrubado próximo à meia-lua adversária, Nelinho cobrou com força no ângulo
esquerdo do gol polonês. Aos 44 minutos, Toninho, Oscar e Amaral se
atrapalharam, a bola sobrou para Lato, dentro da área, fazer o gol de empate.
Uma falha inacreditável da defesa brasileira. A torcida presente ao estádio, em
sua maioria de argentinos, fez a festa. Aos oito minutos do segundo tempo,
Toninho Cerezo fez mais uma falta feia, dando uma banda em um adversário,
levando cartão amarelo, quando deveria ter sido expulso. Aos 12 minutos, Jorge
Mendonça chutou a bola na trave e Roberto Dinamite, bem colocado, aproveitou o
rebote para desempatar. A Polônia naquele momento estava melhor, apesar de
também errar muito. O terceiro gol brasileiro foi resultado de muita
insistência. Aos 16 minutos, após bonita jogada individual de Dirceu, que
correu para evitar a saída de bola junto à bandeira de escanteio, e driblar
Maculewicz entre as pernas, ele passou a Gil, este rolou para Jorge Mendonça
que chutou na trave, em seguida Gil chutou no travessão. O Brasil continuou com
a bola e no meio-campo, após disputa com o adversário, sobrou para Dirceu
chutar da intermediária e mandar a bola novamente na trave, e, em seguida
sobrou para Dinamite completar para o gol. Foram três vezes em que a bola bateu
na trave! Aos 22 minutos, Lato perdeu excelente oportunidade, após falha de
Amaral, mandando rente à trave do gol brasileiro. Aos 26 minutos, Jorge
Mendonça fez falta feia em Szarmach, que ficou sem a chuteira e fez que ia
atacá-la em Mendonça, muito engraçado! Mendonça não levou cartão amarelo. Aos
37 minutos, um jogador polonês perdeu um gol incrível, chutando para fora com o
gol aberto. O jogo teve muitas faltas duras, e o árbitro errou muito. Com a
vitória, o Brasil chegava aos cinco pontos, com cinco gols de saldo, contra
três pontos da Argentina, que tinha apenas dois gols de saldo. Portanto, os
argentinos iriam jogar com o Peru, à noite, sabendo que precisavam vencer de
pelo menos quatro gols de diferença para passar o Brasil, e garantir a vaga
para a final, o que acabou acontecendo, com a goleada de 6x0. fr
Escalação: Leão, Toninho, Oscar, Amaral, Toninho Cerezo
(Rivellino), Zico (Jorge Mendonça), Dirceu, Nelinho, Batista, Gil e Rodrigues
Neto.