“Escuridão Total Sem Estrelas”, Stephen King, tradução de
Viviane Diniz; 1ª edição, Rio de Janeiro, Editora Objetiva, 2015, 392 páginas.
Livro com quatro contos; vou
comentá-los, sem, evidentemente, adiantar como eles terminam para não estragar
a leitura de ninguém. “1922” é o ano em que acontece o primeiro deles. Wilfred
Leland James escreve, oito anos depois, a confissão do crime que cometeu, no
estado do Nebrasca, Estados Unidos. Ele assassinou a esposa, Arlette, com a
ajuda do próprio filho do casal, Henry, de 14 anos. O motivo foi o
desentendimento pelos cem acres de terras deixados, em testamento, pelo pai da
esposa. Arlette pretendia vendê-los a um matadouro de porcos e mudar-se para
uma cidade maior. Wilf queria anexá-los aos 80 acres da sua fazenda, e
influenciou Henry, o filho, a apoiá-lo, dizendo que, se eles deixassem a
fazenda, ele perderia contato com os amigos e a garota de quem gostava.
Ressentido, Henry concordou em ajudar o pai a matar a própria mãe. O corpo foi
escondido em um poço desativado na fazenda, mas o crime passou a assombrar os
dois, levando-os a graves consequências. “Gigante do volante” é sobre Tess, uma
escritora que é estuprada após o seu carro ter o pneu furado quando retornava
para casa de uma palestra em um clube de leitura. O estuprador acreditou tê-la
matado e jogou o seu corpo em um cano próximo de uma loja abandonada, deixando
o local. Dentro do cano, ela viu corpos de mulheres, outras vítimas. Tess
fingiu estar morta e conseguiu andar até um posto de gasolina, pedindo um carro
para buscá-la. Ao invés de procurar a polícia, Tess decidiu fazer justiça ela
própria. Em “Extensão justa”, Dave Streeter estava doente, com câncer, sem
muito tempo de vida. Ao passar, de carro, por uma estrada próxima a um aeroporto,
ele precisou vomitar, uma das consequências da doença. E foi por ter parado o
carro que ele notou uma placa em que era anunciado “Extensão Justa”, em que um
estranho homem vendia “extensões”, ou seja, ampliações de algo que a pessoa
necessitava, fosse dinheiro, altura, cabelo, o que fosse. Mesmo sem acreditar,
Dave pediu extensão de vida. Mas o preço cobrado pelo homem era Dave transferir
a doença que o matava para uma outra pessoa que ele odiasse e fosse de sua
convivência. Com o tempo, ele se curou, mas alguém próximo passou a sofrer as
consequências da sua doença, em uma macabra transferência. O último dos contos
é “Um bom casamento”, em que a tranquila vida de Darcy é totalmente
transformada quando ela descobre, por acaso, que o seu marido é um terrível
assassino em série, procurado pela polícia há vários anos. Os contos seguem o
estilo do autor, Stephen King, considerado o “mestre do terror”. fr